Missões Populares

MISSÃO JOVEM JMV

ENTRADAS, 18 A 26 DE JULHO DE 2015

Foi no dia 18 de Julho de 1830 que, na Rue du Bac, em Paris, apareceu Nossa Senhora à então Irmã Catarina de Labouré, uma Filha da Caridade. Esta foi a primeira de três aparições. Nesta primeira aparição, entre outras coisas, Nossa Senhora pediu a Catarina que juntamente com o seu diretor espiritual fundasse um grupo de jovens que se chamaria Filhos e Filhas de Maria.
Nascido no seio da Família Vicentina, este grupo hoje chama-se Juventude Mariana Vicentina (JMV). Por ser fruto do desejo expresso por Nossa Senhora, o movimento possui um forte carisma Mariano. É um grupo feito por jovens e para os jovens, assente no compromisso com a Igreja, dando-lhe assim o carisma Eclesial. São Vicente de Paulo ajuda a modelar, através do seu exemplo, os jovens no caminho do amor ao próximo, independentemente da sua raça, religião, estatuto ou condição geral. Através dele recebemos os carismas Vicentino e Missionário.



Vila de Entradas - 18 de Julho de 2015 - Missão JMV
Cento e oitenta e cinco anos depois, onze jovens da JMV de Portugal, acompanhados por um padre da Congregação da Missão e por uma Filha da Caridade, todos eles provenientes de várias zonas do país (Litoral Alentejano, Lisboa, Mafra, Santarém, Abrantes, Viseu, Oliveira de Azeméis, Trofa, Felgueiras), rumaram até à vila alentejana de Entradas, Castro Verde. Dia 18 de Julho de 2015 começou a Missão Jovem JMV, uma missão ao estilo das Missões Populares Vicentinas.
O primeiro dia foi dedicado à instalação na vila, com a chegada à casa que gentilmente nos emprestaram para a estadia durante a semana, com a decoração dos espaços a utilizar e com a preparação de alguns momentos do dia e do dia seguinte. Pelas 17h30, juntamente com a comunidade paroquial, reunidos para a celebração da Eucaristia demos início oficialmente à missão com o envio de todos os missionários.
O domingo foi o dia da divulgação: Da parte da manhã rumámos até às paróquias vizinhas de Montes Velhos e Aljustrel, para as celebrações dominicais; Da parte da tarde percorremos as ruas da vila de Entradas, batendo porta-a-porta, divulgando a missão com a entrega de folhetos explicativos do que era a JMV, o que estávamos ali a fazer e qual o programa da missão. Desde cedo o calor se fez sentir, com temperaturas muito altas, mas mais importante que isso, o calor do acolhimento das gentes alentejanas. Acolhimento tão quente que por vezes se traduzia num belo fresquinho nos interiores das suas casas. Assim se passou outro dia, utilizando todos os tempos livres para preparar as actividades desta semana tão cheia e que estava a começar.

A sede de Deus é muita



O tempo forte da missão foi de segunda a sexta. Ao início da manhã, convidávamos todos quantos quisessem a juntarem-se a nós para a celebração da Eucaristia. Foi muito bom ver o número de pessoas a aumentar na assembleia de dia para dia, ver cada vez mais crianças a participar. A sede de Deus é muita, e isso verificou-se ao longo da semana.
A restante parte da manhã foi passada com os 8 e com os 80… Um grupo ficava com as crianças e outro grupo passava a manhã no centro de dia do Lar Frei Manoel de Entradas.
Com as crianças houve jogos e muita diversão, peddy-paper, construção de fatos com materiais reciclados e todos os dias havia o momento da parábola. Com os idosos começámos por conquistá-los com o canto e depois com a conversa. Passámos pela ginástica, pelo bingo e houve um dia que juntámos grandes e pequenos e com massa de moldar construímos a Vila de Entradas, em miniatura. No último dia foi a vez de sermos nós os presenteados: fomos fazer uma visita ao museu da ruralidade com um guia muito especial. De tarde, o calor apertava e alguma “moleza” aparecia, mas lá tentávamos sair vitoriosos preparando as atividades do final de tarde e da noite e em alguns dias visitámos idosos nas suas casas.

Catequese, encontros, reflexão e caminhada
Antes de jantar, e já pelo fresquinho da tarde, convidávamos todos a sentarem-se connosco em frente à porta principal da igreja matriz para um momento de catequese. Com encenação de alguns textos de inspiração bíblica e com a catequese preparada pelo P. Bruno fomos cativando pequenos e graúdos a juntarem-se a nós, mas também cativando alguns olhares que do café nos viam atenta e respeitosamente. O grande encontro vinha depois de jantar, com as pessoas a chegarem dos vários pontos da vila…
A segunda-feira foi dia de caminhar. Os cartazes pelo caminho, os quadros vivos e as reflexões do Papa Francisco guiaram a nossa caminhada pelos Sacramentos. Partimos da capela de Nª Sª da Esperança e, sacramento a sacramento, chegámos à Igreja Matriz.
A terça-feira foi o dia de fazer uma serenata. Depois de montarmos um pequeno anfiteatro no largo da igreja, percorremos momentos da vida de Nossa Senhora através do canto.
A quarta-feira, foi dia de sairmos das trevas e vermos a luz. Com a celebração da luz mostrámos que é Jesus quem nos ilumina e dá sabor às nossas vidas, que a Luz verdadeira é Jesus. Neste dia, a celebração começou no exterior, mas convidou todos a não terem medo de entrar na igreja.
A quinta-feira, o som da música popular fez-se ouvir cedo pelas ruas de Entradas, e as pessoas foram aceitando o convite para sair mais uma vez de suas casas e virem participar na Noite cultural. Uma noite muito distinta, em que cada um dos missionários mostrou os seus dotes para o canto, apresentação, dança, entre muitos outros dons… Foi uma noite enriquecida com a participação das crianças e idosos que ao longo da semana nos acompanharam, para não falar do público cativante reunido no largo da igreja.
A sexta-feira, e já inseridos no programa das festas da Vila, tivemos eucaristia na capela de Nossa Senhora da Esperança seguida de procissão até à igreja matriz.

Celebrar o Padroeiro com a Comunidade
Foi uma semana intensa e o fim-de-semana ainda deu para visitarmos algumas casas, para estar com crianças e idosos, e participar nas Festas de Santiago, por ocasião do dia 25 de Julho, dia do Padroeiro, São Tiago. A nossa estadia em Entradas terminou no dia 26, como começou, com a celebração da eucaristia, mas a missão continua!
Para todos aqueles que ficam continua a missão de construir uma igreja mais dinâmica, mais jovem, mais inclusiva, onde todos se sintam em comunhão. É possível, basta querer! Para todos os missionários, a missão também continua, agora mais preparados para enfrentar novos desafios, conscientes das várias realidades que existem, firmes e fortes na fé, na certeza de que muito ainda há para fazer e que Deus nos dá tudo para que o possamos fazê-lo.



Agradecimentos
Ao terminar este testemunho, em nome de toda a equipa de missionários, quero deixar o meu profundo agradecimento, em primeiro lugar ao P. Paulo, Pároco de Entradas, pela abertura, apoio e flexibilidade em receber-nos na sua paróquia;
À Comunidade Paroquial de Entradas que nos recebeu tão bem, sempre disposta a ajudar, garantindo que nunca nada faltasse quer em casa quer nas nossas atividades. Foram incansáveis! O nosso muito obrigado.
À Junta de Freguesia, em especial ao seu presidente António que, para além de nos dar todo o apoio logístico da Junta, ainda nos acompanhou incansavelmente ao longo dos vários dias. O nosso muito obrigado!
O nosso obrigado ao Lar Frei Manoel de Entradas, à sua direção e Diretora Técnica, pelo acolhimento e disponibilidade no nosso acompanhamento.
Um obrigado ao Padre Agostinho, coordenador do Centro Diocesano Missionário e responsável pelas Missões Populares Vicentinas, que nos ajudou em tudo nesta missão. E por fim, um obrigado a todos os habitantes de Entradas. Esta equipa de missionários tem-vos no coração, estarão presentes nas nossas orações.
O Papa Francisco pediu que fossemos uma “Igreja em saída” e nós “entrámos” da melhor forma nesse desafio. Muito Obrigado!

Francisco Vilhena, JM

E um ano se passou!…


A Missão Popular decorreu em Sines de 3 a 16 de Novembro de 2013.
Dia 6 de Novembro de 2014 comemorou-se, na Igreja Matriz, o 1º ano da passagem dos Missionários por aquela bela cidade voltada para o mar.
Para além da ‘gente da casa’, P. Pereira, pároco e representantes de várias Comunidades, esteve presente a Equipa Missionária: P. Agostinho e os Colaboradores da Missão (Luís Marques, José Neves e Arlete). A Ir. Celina, religiosa do Bom Pastor, não pôde estar presente, por ter sido transferida para a comunidade de Vila Meã.
Após um cântico “Todos os crentes viviam unidos”, foi projectado um powerpoint onde se recordaram muitos dos momentos altos da Missão.



O P. Agostinho realçou o compromisso assumido há um ano: prosseguir com as Comunidades, continuar com as catequeses, animar e cuidar dos doentes e idosos (lares ou famílias) e dar espaço aos jovens (grupo, catequeses e escolas).Citou o Papa Francisco, frisando algumas ideias da exortação apostólica Evangelii Gaudium. Todavia, deu mais ênfase à homilia proferida neste mesmo dia na Casa de Santa Marta e que passo a transcrever:
Não pode haver cristãos, e muito menos pastores, tristemente parados «a meio caminho», com medo de «sujar as mãos», de ser criticados ou de comprometer a carreira. É Deus quem mostra a cada um de nós e à Igreja o estilo de comportamento, entrando pessoalmente «em acção», indo «sempre em frente, até ao fundo, em saída» com uma só meta: «não perder ninguém!», sobretudo os distantes. «Jesus veio em busca daqueles que se afastaram do Senhor». E explica-nos, narrando «duas parábolas: a do pastor, para explicar que Ele é o bom Pastor; e da mulher» que tem dez moedas e perde uma. Revendo as parábolas em Lucas, o Papa frisou que as palavras «mais reiteradas neste trecho são “perder”, “procurar”, “encontrar”, “alegria”, “festa”».
Estes termos usados por Jesus «levam-nos a ver como é o Coração de Deus: Ele não se detém, não vai só até um certo ponto». Não, «Deus vai até ao fundo, sempre até ao limite; não pára a meio caminho da salvação: o Senhor é assim! O seu amor é assim: Ele vai ao limite!». Assim age Deus, que «vai sempre ao limite: é Pai, e o amor de Deus é assim». Este estilo de Deus diz-nos, também a «nós pastores, a nós cristãos» como nos devemos comportar. É «triste o pastor» que pára «a meio caminho!». E talvez até faça algo, mas explica que não pode fazer mais. «É triste o pastor que abre a porta da igreja e permanece ali à espera», como «é triste o cristão que não sente no seu coração a necessidade de ir dizer aos outros que o Senhor é bom». «O bom pastor, o bom cristão sai sempre: sai de si mesmo rumo a Deus na oração e na adoração», para «anunciar a mensagem de salvação aos outros».
«O bom pastor, o bom cristão encarna a ternura», enquanto «os escribas e os fariseus não sabiam» o que significa carregar «uma ovelha nos ombros, com ternura», não sabiam o que é a alegria. Assim «o cristão, o pastor a meio caminho «talvez se sinta tranquilo, tenha uma certa paz», mas é diferente da «alegria que há no Paraíso, a alegria que vem de Deus, que deriva do Coração de Pai que sai para salvar». Francisco indicou a beleza de «não termos medo de ser criticados» quando saímos «ao encontro dos irmãos e irmãs distantes do Senhor» (homilia do Papa Francisco, 6 de Novembro).



Estiveram presentes os representantes das Comunidades: Bom Pastor, Despertar para a Missão, Unidos na Fé, As Obreiras, Caminhando com Maria, Farol da Boa Nova, Pedras Vivas, Vida Partilhada, Cristo Jovem, Videira e Pegadas de Luz.
Depois dos testemunhos dos Donos das casas e ou Animadores onde todos revelaram os seus propósitos de dar continuidade às Catequeses, houve lugar à entrega do 2º caderno “Vamos conhecer Jesus”.
Também os Colaboradores da Missão foram chamados a dar testemunho do seu trabalho. O Luís Oliveira Marques, agora já colocado pelo Bispo diocesano na paróquia de Sines, depois de apresentar a sua disponibilidade para apoiar e acompanhar  as Comunidades Familiares, anunciou a sua ordenação diaconal, que acontecerá no próximo dia 8 de Dezembro, em Beja. Parabéns, Luís!
O P. José Pereira agradeceu as presenças e o entusiasmo de todos. A Comunidade Unidos na Fé brindou-nos, no final da reunião, com um cântico próprio da sua cultura e das raízes.
Voltar a Sines foi uma imensa alegria.
Tive a satisfação de ter reencontrado o Sr. António. Há um ano, no tempo da Missão, visitei a sua esposa que estava bastante doente. Infelizmente, ela já partiu para casa do Pai. O Sr. António já conta os dias que faltam para chegar o Natal, pois é uma data em que recebe a sua filha que não mora em Sines.
Agradeço a todos quantos comigo se cruzaram e as muitas demonstrações de carinho e apreço. A todos retribuo esse mesmo carinho e amizade.
Arlete Vieira, CMV

  Lisboa, Novembro 2014


ALMODÔVAR: Anúncio da Missão e Festa Missionária

As paróquias de Almodôvar confiadas aos cuidados pastorais da Comunidade dos Missionários do Verbo Divino costumam celebrar no último domingo de Outubro a Festa Missionária. Esta iniciativa que já se realiza há muitos anos congrega várias forças vivas da localidade que procuram criar um ambiente propício para um dia diferente onde a alegria, a cor, o entusiasmo, as vozes, o espaço, o convívio e a dimensão missionária estão bem presentes.



O Centro Coordenador de Transportes é o local escolhido para este encontro festivo. O seu interior assemelha-se a uma cruz e é adornado com motivos que, desde logo, interpelam e apontam o caminho da Missão. Ao longo do ano há um trabalho aturado de preparação, a nível pessoal e comunitário, para colaborar num projecto missionário, em países africanos. A oração, os trabalhos que se fazem para a venda missionária e a partilha são eixos que movem as várias gerações: as crianças da catequese, os velhinhos dos lares, as famílias, os escuteiros e todos aqueles que se deixam tocar pelo desafio da Missão.
Um grande painel onde se podia ler: “Missão – Paixão por Jesus e por todos” dava o mote a este encontro, onde as crianças, com as cores dos cinco continentes, emprestavam a alegria e o envolvimento de tanta gente que, em horas a fio, colocou a sua arte, bom gosto e generosidade ao serviço do Evangelho.
Se nos braços transversais deste local se notavam os sinais do sagrado e o espaço para a vivência da Eucaristia, força e centro da Missão, os braços perpendiculares estavam preenchidos com as iguarias para o almoço partilhado e com os trabalhos artesanais para a venda, cujo produto se destinava ao projecto assumido para este ano: “Mãos Missionárias” - reabertura da Missão no Cafunfo e Mussuco - Angola.
Entre a numerosa assembleia encontravam-se o presidente da Câmara e outras individualidades que sempre têm apoiado esta festa de cariz missionário.

Anúncio da Missão Popular
A vila de Almodôvar e os montes circundantes irão viver um tempo forte de Missão. De 12 de Abril a 12 de Maio, em dois períodos de 15 dias, acontecerá nesta zona da diocese, a Missão Popular.


No dia da celebração da festa missionária foi feito o Anúncio solene deste Acontecimento. A comunidade foi convidada a rezar pela Missão e a fazer um caminho intenso de preparação próxima para uma vivência plena dos quatro objectivos que foram propostos: Constituição de pequenas comunidades (assembleias), em ordem à vivência semanal do domingo (reuniões e celebrações, sobretudo, nos montes e aldeias dispersas); Formação de Animadores de Comunidades; Animação, apoio e envolvimento das Famílias na vida da Comunidade; Formação bíblica para os agentes pastorais e aberta a todos.
Além da comunidade sacerdotal que serve estas Paróquias, participaram na Eucaristia os padres Agostinho, responsável pelo Centro Diocesano Missionário, que presidiu, e o P. Joaquim Domingos, secretário das Missões da Congregação do Verbo Divino.
A homilia centrou-se na liturgia do dia que “inspirava uma reflexão sobre a Missão e o acolhimento que se deve fazer à Palavra de Deus e ao irmão. Ao falar de Paulo, o grande missionário de todos os tempos, era apresentada uma comunidade viva e empenhada. Os cristãos de Tessalónica tornaram-se famosos pelo seu acolhimento: acolhimento à Palavra de Deus e acolhimento aos ministros da Palavra!”
“Estar aberto à Missão, viver a ‘paixão por Jesus e por todos’, exige uma atitude pastoral de acolhimento, acompanhamento e abertura: Acolhimento cordial a todos “para olhar nos olhos e escutar” (EG 46); Acompanhamento pessoal de cada um, sobretudo “de quem ficou caído à beira do caminho” (EG 46) uma vez que “é preciso acompanhar, com misericórdia e paciência, as possíveis etapas de crescimento das pessoas, que se vão construindo dia após dia” (EG 44); Abertura aos outros, de modo que, “quem quiser voltar tenha sempre as portas abertas, para entrar sem dificuldade” (EG 46) ”.
“Viver em Missão permanente requere que a Comunidade paroquial seja “uma mãe de coração aberto” (EG 46), “a casa aberta do Pai” (EG 46), “onde há lugar para todos, com a sua vida fatigante” (EG 47). Para tal, são precisas pessoas disponíveis, “animadores animados”, com alma e coração, capazes de transmitir o Amor de Deus, pelo seu testemunho, dedicação e entrega. Deste modo somos uma Igreja que celebra o seu Senhor, ao domingo, nas grandes catedrais, mas também nos locais mais esquecidos ou distantes, que parte e reparte o Pão da Palavra e o Pão da Eucaristia, que vive a comunhão fraterna e celebra o amor apaixonado de Deus pelos seus filhos e filhas”.

Pré-Missão na vila, aldeias e montes
Aproveitando o contexto de Outubro ser o mês Missionário e do Rosário, em Almodôvar e Graça dos Padrões já se começou a viver em pré-Missão. Ao longo de quinze dias, nos vários bairros e zonas da vila de Almodôvar (S. Pedro, Eiras, Sta Rufina, Espírito Santo, Sto António, Mártir e Santo, Maldonado, Monte Rei e Cova da Burra), em casas de família, lares ou centros, a Imagem da Senhora das Missões, vai passando e a todos convida para a Missão. A oração comunitária ou em particular, o encontro com as famílias e com os doentes, vão abrindo caminho para o lançamento das pequenas comunidades familiares e fazer a descoberta de potenciais animadores das mesmas.
Várias Associações locais foram desafiadas a participar nestes momentos de encontro e de procura. Responderam com dignidade e disponibilidade. Apraz-nos registar a presença assídua da GNR, mas também a abertura e postura da CERCICOA, do Lar da Sta Casa da Misericórdia, dos Bombeiros, dos Amigos de S. Pedro, do Moto Club e da Columbófila.


Também as periferias (Graça: Igreja e Lar de Nª Sª da Luz, Semblana, Porteirinhos, Mestres, Gorazes, Vinha, Viúvas, Guedelhas, Fontes Ferrenhas, Corvatos, Mestras e Cortezorrinho) não são esquecidas.
Além da presença da Imagem para abrir portas para o anúncio da Missão, com esta acção pretende-se não só um melhor conhecimento das populações residentes, mas também a descoberta de líderes que, com a preparação necessária, possam ser animadores em vista do encontro semanal de oração e de reflexão da Palavra de Deus. Durante um dia e uma noite, há um trabalho de base que irá sendo intensificado ao longo destes meses de preparação. Onde há Capela ou em casa de famílias, a presença de alguns leigos da Vila, ajudam a um encontro mais pessoal e mais aberto.
Além destas acções, foi apresentada à Comunidade a equipa dinamizadora da Missão. Este grupo é composto pelos três sacerdotes/párocos e por doze leigos. Sendo o cérebro organizador da Missão, a ela compete motivar as pessoas, interessá-las, levá-las a aceitar e a preparar a Missão e a participar nela. O melhor meio para o fazer é a visita, o diálogo e o apelo ao compromisso do maior número de pessoas.
A Missão é uma acção de Deus na Comunidade. Oração e abertura ao Espírito de Deus são parte fundamental em todo o trabalho desta Equipa. Tudo isto já é estar em Missão!

P. Agostinho Sousa, CDM/Beja


Missão Popular em Marinhais
Na vila de Marinhais - Salvaterra de Magos, diocese de Santarém, decorreu a Missão Popular de 29 de Setembro, a 13 de Outubro. A equipa missionária era composta por um sacerdote vicentino, uma religiosa espiritana e uma leiga dos Colaboradores da Missão vicentina.
A Missão teve início na Eucaristia da Festa do Padroeiro, na antiga Capela de Marinhais. No final, fez-se a procissão de velas, com a imagem de S. Miguel, que foi levada para a Igreja Nova. Nessa celebração, presidida pelo Pároco, Pe. João Maria fez-se a apresentação da equipa missionária.
Durante o dia visitámos as escolas, os doentes, no seu domicílio ou nos inúmeros lares/casas de acolhimento e o Centro de Dia.
A primeira semana foi dedicada às catequeses familiares nas 16 Comunidades onde eram partilhadas a Palavra de Deus e as experiências de fé de cada um dos presentes. No sábado deu-se o Encontro da Comunidade de Comunidades. Todos participaram activamente e fizeram a apresentação da vivência dos quatro dias da comunidade. Cada um dos Grupos escolheu um nome e um símbolo que exprimiam as experiências de fé. Os mesmos grupos, à semelhança das primeiras comunidades, recolheram bens alimentares que depositaram aos pés do altar. Estes foram entregues à Conferência de S. Vicente de Paulo que os distribuiu por mais de trinta famílias.
No dia seguinte teve lugar a Eucaristia, transmitida pela TVI. As comunidades participaram na Procissão de Entrada empunhando os seus cartazes. Esta presença deu uma tónica de festa e de testemunho, significada nestas duas frases: “Em S. Miguel de Marinhais, na Missão Popular, homens e mulheres, Unidos em Cristo pela Amizade, pela Esperança e pela OraçãoPasso a Passo, como Caminhantes, foram chamados a dar Testemunho da fé e da Alegria, de serem Pedras Vivas da Igreja e Mensageiros da Paz. A Partilha da Palavra de Deus fez nascer a consciência de que pelo baptismo, todos somos FermentoSal da Terra e Luz do mundo, construtores de uma comunidade Iluminada e geradora de mais Amor e Vida”. Durante os 15 dias, a Rádio Marinhais transmitiu uma reflexão diária sobre este momento forte da missão. Este meio de comunicação fez chegar a Missão a um auditório mais vasto.

Ide, sem medo servir!”
A segunda semana foi dedicada às celebrações temáticas. Todas as manhãs rezou-se a oração de Laudes, seguida da Exposição do Santíssimo. Para uma maior participação e vivência, os membros das Comunidades foram responsáveis pelas leituras, cenários alusivos aos vários temas e sinais e pela dinamização do canto. Não faltou criatividade e alegria.
No dia do tema a “Creio na Igreja”, tivemos a presença do Bispo, D. Manuel Pelino. Falou da importância preponderante das famílias, como igreja doméstica, na orientação catequética das crianças, e também, no compromisso que todos devemos assumir, como testemunhas credíveis do Senhor, fonte da Água Viva. Lembrou, ainda, a identidade missionária da Igreja e desafiou a que se dê lugar à acção do Espírito Santo na vida pessoal e comunitária, pois ele é a alma da Igreja, o protagonista da Missão.
Todas as celebrações, de modo particular, a da Palavra e a do Fogo, foram muito intensas e expressivas, prendendo as pessoas à mensagem que lhes era transmitida, pelos gestos e pelo silêncio.
Os doentes e idosos, além da visita dos missionários, reuniram-se no Centro de Dia da localidade. Muitos deles, em celebração festiva, receberam o Sacramento da Unção dos Doentes. O dia das famílias foi vivido com a presença de 16 casais que renovaram os seus compromissos matrimoniais. Além destes, a assembleia, com rostos de várias idades, recebeu a bênção das famílias e foi desafiada a viver ao jeito da Família de Nazaré. Por motivos de força maior (trabalho fora da Marinhais e doença, entre outros) algumas famílias (casais) não puderam estar presentes neste dia marcante.
O sábado foi dedicado a Maria, Mãe da Igreja e Estrela da evangelização. Foi distribuída a Medalha Milagrosa e a novena a Nossa Senhora das Graças. Em Marinhais, há duas Associações que tiveram origem nas manifestações da Rue du Bac, em 1830: A Juventude Mariana Vicentina e a Associação da Medalha Milagrosa.
No sábado, as crianças (mais de uma centena), acompanhadas pelos pais, deram início à catequese paroquial. A todos foi apresentada a Obra da Infância Missionária. De tarde, houve a reunião com os Animadores. Fez-se um balanço positivo da experiência das comunidades e a maioria manifestou-se animada e convicta de que as reuniões vão continuar, ao ritmo mensal. Apresentaram-se os temas da Caminhada que vai continuar a ser feita. Também se falou dos Colaboradores da Missão Vicentina, seus objectivos e modalidades de resposta.
No dia do encerramento, as comunidades marcaram presença e, na mesma Eucaristia, os catequistas fizeram o seu compromisso. Seguiu-se um almoço partilhado.
Além de apresentar a Carta Pastoral do Bispo diocesano “Cuidar da Fé, cuidar do homem” e as linhas de força para este novo ano pastoral, o pároco, Pe. João Maria, nunca se cansou de repetir e de fazer sentir a todos a importância da mensagem que o Papa Francisco dirigiu aos jovens: “Ide, sem medo servir!”
Desta forma clara e incisiva foi dado o mote para o tempo da pós-missão.
As Missionárias




Ao longo dos dias tivemos oportunidade de escutar as pessoas que fomos encontrando nas ruas. O seu testemunho era positivo, pois acolheram este tempo de evangelização e gostaram das dinâmicas e mensagem das celebrações. O mesmo testemunho já havia sido dado nas comunidades.
No dia do encerramento, de novo, as comunidades marcaram presença e, na mesma Eucaristia, os catequistas fizeram o seu compromisso. Seguiu-se um almoço partilhado.
Além da apresentar a Carta Pastoral do Bispo diocesano “Cuidar da Fé, cuidar do homem” e suas linhas de força para este novo ano pastoral, o pároco, Pe. João Maria, nunca se cansou de repetir e de fazer sentir a todos a importância e vivência da mensagem que o Papa Francisco dirigiu aos jovens: “Ide, sem medo servir!” Desta forma clara e incisiva foi dado o mote para o tempo da pós-missão.
Irmã Gorete e Arlete, Missionárias




Vale de Água: Uma paróquia renovada pela Missão


Vale de Água faz quinze anos de paróquia, idade de sonhar um futuro, de fazer opções e compromissos. Viveu o tempo forte de Missão na primeira quinzena de Maio. Sob o olhar atento e materno de Maria e com a força do Espírito Santo, a primeira semana foi intensamente vivida pelas comunidades e nas visitas a doentes e a pessoas em situações difíceis. O ambiente e intensidade da celebração da comunidade de comunidades, os testemunhos e a partilha deram para perceber que algo de novo estava a acontecer.
Os dias 12 e 13 foram momentos marianos, singulares, expressivos e únicos. Se em Vale de Água, os dez quadros mobilizaram a vizinhança e deram um tom de festa e de beleza às ruas, a que se juntou o silêncio, a oração e a reflexão, em Vale das Éguas (no dizer dos mais velhos, a única procissão de que se lembram!), superou todas as expectativas.

Dia a dia, as celebrações temáticas tiveram a participação activa das comunidades, sendo de realçar os temas da Palavra e da Família. No primeiro, a presença de Cursistas, do P. Aparício e do Vigário Geral, P. Domingos, que presidiu, deu uma visão mais abrangente da missão; no segundo, as várias gerações estavam presentes e sete casais renovaram os seus votos matrimoniais.
Em dia de encerramento, aconteceu a celebração da Eucaristia, presidida por D. António Vitalino que crismou sete adultos: quatro homens e três senhoras. Revestidos de túnicas brancas e conscientes da sua identidade cristã conferida pelo sacramento recebido, querem ser testemunhas de Jesus Cristo na sua terra. Foi um momento muito significativo na Missão pois, nesta zona, não é muito costume ver-se homens a dar este passo.
Em jeito de balanço, poder-se-á dizer que aconteceu Pentecostes em Vale de Água e que há gente capaz de se empenhar, comprometer e de dar testemunho. As comunidades vão continuar, a liturgia vai ser preparada com mais cuidado e o exercício da caridade no encontro e partilha com os mais pobres vai merecer mais empenho. A alegria e o acolhimento, a disponibilidade e o empenho foram notas dominantes e marcaram este tempo de Missão em Vale de Água.

P. Agostinho Sousa, CDM/Beja




Vale de Água: Comunidade de comunidades

Vale de Água é uma aldeia pequena, mas composta por muitos montes. Está em Missão Popular desde o dia cinco de Maio, dia da Mãe. Após a celebração do rito do Envio, os Missionários puseram-se no terreno. Começaram a conhecer as gentes da terra, desde os mais velhos e doentes aos mais novos e aqueles que, dia a dia, passam pela rua, indo ou regressando do trabalho. Não se esqueceram de saudar e meter conversa com os que estão na esplanada dos cafés, na praça central.



O encontro com os animadores, a oração da manhã e a Eucaristia e as visitas criaram uma abertura maior. A boa disposição e proximidade do P. Sales tornaram-se a chave que foi abrindo portas e janelas, fazendo sorrir os que iam encontrando. Ajudaram ainda para apelar à presença e partilha nas três comunidades que estavam previstas e que funcionaram com alegria, interesse e dinamismo. Tal vivência tomou maior visibilidade na celebração da Comunidade das comunidades, na noite de sábado, na hora de um Porto-Benfica. “A Voz de Cristo”, “Água da Fonte Viva” e “Pedras Vivas” foram os nomes dados a estes três grupos de reflexão. Os testemunhos foram expressivos quer na explicação dos cartazes e símbolos, quer na transmissão da vivência dos 4 encontros temáticos e que foram objecto da reflexão das noites anteriores. A partilha de bens alimentares recolhidos nas comunidades e trazidos ao altar, foram doados a famílias pobres da aldeia. Além de gesto significativo, tornou-se expressão da vivência das comunidades.

Vale de Água é uma comunidade que se está a formar, a tomar consciência de que é preciso fazer um caminho. Este, por vezes, tem resistências que é preciso ultrapassar. A cultura da indiferença ou da crítica mordaz, do olhar agressivo ou do dedo apontado a quem participa nas “coisas” da Igreja, exige uma resistência e persistência muito grandes. Felizmente, há quem ultrapasse este ambiente e avance sem medos. O grupo de cerca de cinco dezenas de pessoas que participaram na Comunidade de comunidades é prova desse caminho que está a ser feito. A Eucaristia, presidida pelo P. Pedro Guimarães, foi animada, muito participada e momento forte da Missão.



“Sede minhas testemunhas”

O tema do Evangelho da Ascensão foi o mote para a dinâmica da Eucaristia dominical. Muita gente se sentiu convocada e a participação aproximou-se da centena de pessoas. A “pequena grande” assembleia procurou interiorizar a mensagem e foi notória a alegria das pessoas, no final da Eucaristia, em pequenos grupos a conversar e a transmitir esse estado de espírito.



À noite, aquilo que tradicionalmente acontecia na terra neste mês e por esta ocasião – a procissão de velas – tornou-se momento de missão e de testemunho. Num percurso um pouco maior que o costume, fizeram-se 10 altares, em lugares estratégicos. A arte, simplicidade e bom gosto das pessoas, criaram expectativa em quem passava. À hora marcada, os moradores de cada rua foram convidados a levar o andor de Nossa Senhora de Fátima e, em cada uma das dez paragens, a meditação, a oração e os cânticos fizeram o resto. A luz das velas e as luzes das casas emprestaram brilho a esta expressão de fé. Quem não pôde ou não quis participar, ao ver os que passavam a rezar e a cantar – homens, mulheres e crianças -, certamente que se interrogou sobre o que estava a acontecer.

E assim, vai a missão em Vale de Água! A ida da Imagem da Senhora a Vale das Éguas e as celebrações temáticas, a festa das famílias, das crianças e doentes, bem como o encontro de Formação para Animadores e a celebração da Confirmação constituem o prato forte desta segunda semana. A presença materna de Maria e a preparação para a Festa do Pentecostes são estímulo para um aprofundamento da fé e para um compromisso missionário desta gente simples e generosa de Vale de Água.

P. Agostinho Sousa, CDM/Beja



A Missão acontece em Vale de Água


Vale de Água é uma freguesia, integrada no Litoral Alentejano e foi criada a 12 de Julho de 1997, resultado da divisão da freguesia de S. Domingos. Tem características essencialmente rurais e situa-se entre as freguesias de S. Domingos e Cercal do Alentejo. Também é a paróquia mais nova da diocese de Beja e o padroeiro é Santo António.
Das onze freguesias do concelho de, Vale de Água é a mais recente. Fazem parte desta freguesia as localidades de Vale de Água, Vale das Éguas e Foros do Corujo, ocupando esta uma área de 83,034 kme com uma população de 627 habitantes (Census de 2013).
Algum do património cultural desta freguesia é formado pela igreja paroquial e as fontes de Saragoça e dos Nascedios. Ao nível do património natural existe a albufeira da barragem de Campilhas.
As principais actividades económicas são a produção de vinho da Herdade do Cebolal, sendo este muito conceituado pelos degustadores deste produto, bem como a agricultura e a pecuária, havendo pequenos focos de comércio. No que se refere a tradições, estas não são muitas, pois apenas existem as festas de Vale de Água e a de Vale das Éguas.

Vida religiosa e Missão
Sendo uma aldeia pequena, com tendências para crescer, Vale de Água tem sido palco, nos últimos anos, das Férias Missionárias de jovens da Associação Equipa d’África se dirige para Vale de Água para aí ficar quinze dias. Em Agosto passado os 5 jovens, vindos de Lisboa, testemunhavam: «O principal objectivo desta missão foi estar, ser acolhido e poder viver em comunidade, ajudando e servindo no que fosse preciso. Foi com muito carinho e amizade que toda a comunidade de Vale de Água nos acolheu e ajudou a nossa integração, disponibilizando-se para tudo o que precisássemos. Assim sendo, o nosso trabalho consistiu nas idas aos domicílios, animação no Centro de Dia, apoio e animação com as crianças de Vale de Água e integração na comunidade».
Também em 1999, mais propriamente de 20 de Novembro a 5 de Dezembro a população viveu um tempo forte de evangelização, preparando-se para o Grande Jubileu do Ano 2000, e para a elevação a paróquia, mediante a realização de uma Missão Popular. Já em tempos mais longínquos houve outra missão popular que decorreu de 26 de Junho a 10 de Julho de 1983, quando a actual igreja tinha as paredes e pouco mais.
Todos os domingos, pelas 15h00, um pequeno grupo reúne-se para celebrar a Eucaristia. A vida religiosa não tem muito movimento. Em 2012, houve 6 Baptismos, 7 Primeiras Comunhões, 9 óbitos e nenhum casamento. Frequentaram a catequese paroquial, 18 crianças. É neste ambiente e nestas circunstâncias que vai acontecer a Missão Popular de 5 a 18 de Maio.

Pelos inúmeros afazeres como Visitador o P. Álvaro, destacado para este tempo forte da Missão, não poderá estar presente em Vale de Água. Deste modo, formam a Equipa Missionária os Padres Francisco Sales (do Brasil e pároco em Alvalade e Ermidas-Sado), o P. Agostinho, a Irmã Vitória (Filha da Caridade), Arlete (Colaboradora da Missão) e o José Neves (leigo de Santiago do Cacém). Estão previstas três comunidades e no sábado, dia 18, haverá um Encontro de Formação para Animadores, sobre a Nova Evangelização. Acontecerá ainda a celebração da confirmação de um grupo de jovens e adultos que, ao longo de bastante tempo, fizeram a sua caminhada. Que o Espírito Santo os ilumine, bem como a toda a comunidade e Equipa Missionária de Vale de Água!

P.  Agostinho Sousa, CDM/Beja



Tempo pascal, tempo de Missão 
em S. João de Negrilhos

Um antes – a Pré-Missão
Após o pedido do P. Paulo do Carmo, pároco, e da calendarização, no programa diocesano, da Missão em S. João de Negrilhos-Aljustrel, a 7 de Outubro foi feito anúncio da mesma, na festa de Santa Margarida. Antes deste acontecimento, já o pároco, através do Boletim paroquial, havia feito chegar a todas as casas a mensagem deste momento forte na vida da paróquia.
Nos últimos seis meses, e constituída a equipa de apoio, foram feitas seis reuniões preparatórias, com a presença de um número considerável de animadores e de donos das casas, bem como de visitadores e mensageiros. A equipa de apoio assumiu a preparação da missão, criando as condições indispensáveis para o bom funcionamento da mesma: residência para a equipa missionária, refeições, 9 locais para assembleias, divulgação do tempo da Missão, através dos contactos pessoais e de documentação (cartazes e boletim paroquial).
A equipa missionária foi constituída pelo P. Agostinho, pelo casal Norberto e Olímpia Dias e pela Irmã Celina que substituiu a Irmã Beatriz que, em virtude de uma queda, fracturou um braço. O início da Missão deu-se a 13 de Abril, com a chegada da imagem da Senhora das Missões, vinda do Seminário de Beja e acompanhada por mais de uma vintena de veículos.


Um durante – A Missão
A 14 de Abril deu-se o envio dos missionários. Presidiu o pároco, P. Paulo e, de seguida houve uma reunião com os animadores. Nos primeiros dias, os missionários, percorreram as ruas, contactando com as pessoas e descobrindo os locais das comunidades. De manhã, às 9h30, celebraram-se as Laudes e a Eucaristia e na segunda-feira houve um tempo de adoração do Santíssimo, tendo como intenção a Missão e as Vocações. Durante 4 dias, as 9 comunidades estudaram e partilharam os temas do Guião da Missão, fazendo uma caminhada de partilha, oração e de reflexão. Os nomes dados às 8 comunidades traduziram a caminhada feita e que se pode sintetizar na seguinte frase: “Lançada a SementeUnidos pela  e animados pela Esperança, somos chamados a aprender o Caminho dasBem-aventuranças para sermos Fermento e Luz na nossa terra”. Foram descobrindo a alegria de ser comunidade e trouxeram essa alegria para a celebração da Comunidade das comunidades, bem como bens alimentares que foram partilhados com pessoas mais necessitadas.
As crianças, na escola e nos tempos de catequese e os velhinhos e doentes, em suas casas ou no lar, mereceram um contacto pessoal e um momento de encontro. Nas visitas a domicílio contamos com a colaboração dos visitadores de doentes dos três centros habitacionais. No último sábado, o senhor Bispo, visitou alguns desses doentes. Ao todo, no seu domicílio, foram visitadas mais de 40 pessoas que, pela idade ou pela doença não poderiam, de outro modo, participar na Missão.
Liturgicamente, a Missão esteve bem orientada e animada. Além do dinamismo do pároco, o grupo litúrgico, a Irmã Ribeiro, o organista e grupo coral, procuraram fazer das celebrações um momento solene e de louvor ao Senhor. Um dos pontos altos, nesta área, foi a apresentação de um grupo de novos acólitos, no dia do Bom Pastor.
A segunda semana, com temas e sinais interpelativos foi celebrada nos 3 locais de culto (Capela da Senhora dos Pobres-Aldeia Nova, Igreja de Jungeiros e Igreja Paroquial). A imagem do Padroeiro e da Senhora das Missões acompanharam estes momentos celebrativos. Embora a participação não fosse muito numerosa houve interesse, colaboração e adesão interior. Foram belas celebrações e delas escutamos lindos testemunhos. O último sábado, foi preenchido com um Encontro de Formação para Animadores e o domingo, com a Eucaristia de Encerramento, presidida por D. António Vitalino. À chegada, o Grupo Coral de S. João de Negrilhos acolheu o pastor diocesano com algumas canções do reportório alentejano. No final da Eucaristia, no salão paroquial, aconteceu o convívio que contou com a presença de muitas pessoas e onde, para além da partilha das iguarias, houve a presença do canto e do teatro. A dramatização da parábola dos talentos apresentada pelas crianças da catequese tornou-se um momento delicioso e sugestivo para o tempo que se segue.


Um depois – a Pós-Missão
O tempo dos quinze dias da Missão terminou. Foi um tempo forte. Assim como aconteceu uma pré-missão, também fica o desafio da pós-missão, a vários níveis: oração e reuniões de formação, nas comunidades. No final da Eucaristia de encerramento os animadores foram convocados pelo Senhor Bispo para continuar esta Missão. A todos os animadores, D. António Vitalino, entregou o Guião “A caminhada continua”, um caderno com 4 temas de reflexão, que se juntam aos temas do Sínodo diocesano. Além deste desafio, ficaram outros, bem concretos: o compromisso com a vivência dos Sacramentos, a começar pela Eucaristia e o encontro com os irmãos, de modo particular, os doentes e os velhinhos. A recitação do terço, por cada comunidade e a participação comprometida nas tarefas das várias áreas da vida da comunidade, são pontos concretos para a continuação do espírito da Missão.
Encontramos uma paróquia organizada, com os seus diversos grupos e conselhos paroquiais. Todavia, o Bom Pastor espera ainda mais de todos e de cada um, num compromisso permanente e dedicado. Agradecendo o testemunho de amizade, de presença, de dinamismo e de partilha do P. Paulo, das Irmãs Doroteias, do casal Gamito onde estivemos alojados, das pessoas que nos ofereceram as refeições e todos aqueles que rezaram por nós e connosco, pedimos ao Senhor da Messe que abençoe este trabalho e que todos nos sintamos enviados para darmos à Igreja de Jesus Cristo, presente na nossa Diocese e na paróquia de S. João de Negrilhos, um rosto cada vez mais missionário!
Equipa Missionária
28 de Abril de 2013


Encontro de Formação 
para Animadores da Comunidade


No passado dia 27 de Abril teve lugar na paróquia de São João de Negrilhos, o 9º Encontro de Formação para Animadores. A exposição do tema do Encontro esteve a cargo do padre António Lopes, Director Nacional das Obras Missionárias Pontifícias (OMP) e contou com a participação do nosso Bispo, D. António Vitalino, do pároco desta paróquia, padre Paulo do Carmo, bem como do padre Agostinho, coordenador da animação missionária da nossa Diocese. Além da Equipa missionária, estiveram ainda presentes neste tempo de formação algumas religiosas e perto de 30 animadores provenientes de diversas paróquias da nossa diocese (S. João de Negrilhos, Aljustrel, S. Teotónio, Colos e Santa Luzia).

O tema sobre o qual nos debruçamos - “ Tudo, todos e sempre em Missão”, - foi retirado da mensagem que o Santo Padre emérito Bento XVI escreveu para o dia Mundial das Missões do ano de 2011.



O padre Agostinho deu início a este tempo de formação com um momento de oração e de reflexão, o que criou nos presentes um ambiente de encontro e comunhão com Jesus Cristo, que serviu de inspiração para as actividades realizadas ao longo do dia.


“A missão renova a Igreja, revigora a sua fé e identidade”


De seguida, o padre António Lopes foi desembrulhando passo a passo a importância e o sentido de ser animador missionário na Igreja de Jesus Cristo. Enquanto cristãos crentes, vivos e participativos, devemos procurar ser sempre a presença e a luz de Deus no meio do seu povo, dando testemunho vivo da palavra de Deus, no meio das comunidades às quais somos chamados a testemunhar, pois a Igreja existe para evangelizar. É o seu horizonte e o seu objectivo. A missão evangelizadora é a razão de ser da Igreja, onde todos aqueles que acreditam no evangelho têm a sua quota-parte de responsabilidade e importância na transmissão da palavra de Deus aos outros, e para com aqueles em que a mensagem evangelizadora não chegou ou ainda não tocou. A missão evangelizadora deve ser para aquele que anuncia, algo constante e duradouro (e não de forma esporádica ou apenas quando lhe dá jeito e até tem algum tempo disponível) permitindo assim que as portas da Igreja de Cristo se abram para o mundo de uma forma mais abrangente. Esta ideia de missão evangelizadora foi formulada no início do Concilio Vaticano II, pelo Santo Padre o Papa João XXIII há cinquenta anos atrás. Uma das conclusões a que se chegou foi: - “A missão renova a Igreja, revigora a sua fé e identidade, dá-lhe novas motivações. É dando a fé que ela se fortalece.”

Num segundo ponto focou-se o quão importante é o missionário estar sempre em estado de missão. Este deve estar sempre em alerta, sempre pronto e sempre em missão. A animação missionária tem de ter uma atitude viva e dinâmica na pastoral da Igreja. É preciso que não nos contentemos com os caminhos já percorridos, mas também e sobretudo em abrir novos caminhos, nunca no entanto descuidando aqueles que já percorremos. Na Missão, só é discípulo de Jesus Cristo quem na verdade se encontra com Ele, e depois de estar com Jesus Cristo gosta de estar com Ele, sentindo-se enviado a anunciá-Lo. O fazer discípulos é para todos os homens que acreditam em Jesus Cristo.


Testemunhar a luz no coração da nossa história


Após o intervalo foram formados quatro grupos de reflexão, aos quais o padre António Lopes colocou uma única questão: “Como sentimos nós a responsabilidade de testemunhar a luz no coração da nossa história?”

Todos os grupos responderam de forma semelhante, sublinhando a responsabilidade que nos é atribuída com o baptismo: ser capazes de testemunhar, de ser luz e de ser missionário na comunidade paroquial, familiar, laboral e social. Mas aqui surgiu uma nova questão: enquanto missionários, como é que podemos chegar ao seio das nossas comunidades?


Em jeito de partilha, todos os participantes na formação partilharam algumas propostas, para ajudar a ultrapassar alguns obstáculos, com os quais os nossos missionários de deparam no decorrer das suas acções. A oração particular ou em comunidade, a constituição de um grupo missionário paroquial, o encontro com pessoas frágeis (doentes, velhinhos e sós), a dinamização das crianças incutindo-lhes o espírito missionário (Obra da Infância Missionária). Procurar sempre promover uma missão aberta e espontânea, foram algumas das ideias propostas e a procurar concretizar.

Por fim, o encontro terminou de uma forma animada e descontraída e com palavras encorajadoras proferidas pelo nosso Bispo, D. António. Encerrou-se este dia de formação, cantando o hino do Sínodo Diocesano e uma oração ao Espírito Santo. O próximo encontro será em Vale de Água (Santiago do Cacém), a 18 de Maio, com o Tema: "Nova Evangelização e Missão hoje”, apresentado pelo P. Tony Neves, Provincial dos Padres Espiritanos.

Paula Dias

S. João de Negrilhos

Missão em S. João de Negrilhos



Missão e Presença



A Congregação das Irmãs de Santa Doroteia é uma congregação de religiosas, fundada em 12 de Agosto de 1834 por Santa Paola Frassinetti. Actualmente as Irmãs Doroteias estão presentes em várias partes do mundo e trabalham em colégios, paróquias e comunidades carentes. O seu carisma e missão é o serviço e entrega ao crescimento integral do homem através da educação evangelizadora, com preferência pela juventude e pelos mais pobres.

Desde há cerca de 40 anos (1975) que esta Congregação trabalha na Paróquia de S. João de Negrilhos. Presentemente, a comunidade é formada por 3 simpáticas “avozinhas”, as Irmãs Maria América Nuñez Frazão (coordenadora), Ludomina Dias Ribeiro e Maria Emília Gomes da Silva. Uma quarta irmã faz parte da comunidade, de seu nome Maria Amélia de Carvalho Figueiredo, mas está há bastantes anos a cuidar da sua mãe, em Ferreira do Alentejo.

As alegrias das Irmãs são as alegrias deste povo, e as tristezas do povo são as tristezas das Irmãs. Os muitos anos de dedicação, serviço, disponibilidade e missão fazem com que sejam tratadas com carinho e estima, que façam parte da família, do património humano da terra. Em ano de jubileu, e para assinalar a efeméride, a Comunidade de S. João de Negrilhos, colocou uma lápide na frontaria da igreja, em sinal de homenagem e gratidão: “Graças ao Sr. P. Olavo / a esta terra chegaram / nas escolas e catequese / nossas crianças educaram/. Para o Alentejo vieram / trabalhar em comunidade / nós todos agradecemos / com carinho e amizade” (homenagem do povo, em 22/OUT/2006).


Neste tempo de missão, nas visitas a doentes e velhinhos, nas conversas de rua com quem encontramos, além das Irmãs, torna-se bem presente a figura de um “santo velhinho”, não o Simeão do templo, mas o P. Olavo, carmelita, que durante anos a fio se dedicou a estas gentes. Só a muita idade e a falta de saúde o fizeram deixar este povo, a quem serviu, como bom pastor, com dedicação, abnegação e entrega (homenagem nas Bodas de Oiro Sacerdotais, em 08/DEZ/2004).




Bom Pastor, Comunidades, Acólitos

A semana que passou foi rica em iniciativas e acontecimentos. Foi a semana de oração pelas vocações e das reuniões das comunidades ou assembleias familiares. Começou com a Eucaristia do Envio. Um tempo de Adoração ao Santíssimo Sacramento, bastante participado, e a oração de laudes todos os dias, tiveram sempre presente esta intenção da igreja. As comunidades, em quatro sessões, fizeram a sua caminhada, que teve o seu momento forte na celebração da Comunidade de comunidades, na igreja paroquial. Os testemunhos e vivências dos 8 grupos podem sintetizar-se deste modo: “Lançada a SementeUnidos pela  e animados pela Esperança, somos chamados a aprender o Caminho das Bem-aventuranças para sermos Fermento e Luz na nossa terra”. O encontro com os mais novos, na escola e na catequese, e a visita aos mais velhos em suas casas ou no Lar, tornaram-se lições de vida e momento de partilha.


Entretanto, por ser tempo de feira anual, as pessoas transcenderam-se em acções de voluntariado, de modo particular, a iniciativa “um dia pela vida”. O conhecimento da realidade a trabalhar exigiu uma adaptação de horários para que a presença e acção dos animadores e de outros membros da comunidade paroquial se tornasse visível, efectiva e comprometida.

Por fim, e no domingo do Bom Pastor, foram admitidos novos Acólitos que, revestidos das vestes próprias, serviram ao altar. Presidiu o pároco, P. Paulo do Carmo, e os familiares dos novos acólitos, os membros das comunidades, as crianças e catequistas animaram a Eucaristia. Foi o culminar de uma semana intensa e importante nesta Missão e foi a porta que se abriu para mais um tempo de celebrações temáticas, nos três lugares de culto. As imagens do padroeiro e de Nossa Senhora das Missões acompanharão este trabalho de anúncio, de catequese e de encontro. Um dos objectivos da Missão é congregar a todos, recriar uma comunidade comprometida. O tema do encontro de formação do próximo sábado dá o mote para a concretização deste desafio: “todos, tudo e sempre em Missão”.


P. Agostinho Sousa, CDM/Beja


São João de Negrilhos acolhe a Missão Popular
São João de Negrilhos é uma freguesia do concelho de Aljustrel, com 76,59 km² de área e 1 468 habitantes (2011). Integra três povoações: Montes Velhos, Aldeia Nova e Jungeiros. A primeira referência à então denominada Aldeia de Negrilhos, ascende a 1532. No censo populacional dessa data refere-se que a localidade se situava a légua e meia a poente da Vila de Aljustrel.
Actualmente os seus habitantes vivem essencialmente da agricultura, com destaque para as culturas arvenses de sequeiro mas onde se destaca, pelo seu dinamismo, as culturas intensivas de regadio de tomate, milho, girassol, pimento, espargos e morangos. Com menos expressão, existe a exploração pecuária através da criação de bovinos, caprinos e ovinos.
A Igreja Matriz data de 1808 e foi mandada construir pelo Bispo da Diocese de Beja. Existe ainda uma capela cuja data exacta não se conhece, mas que terá perto de 400 anos. É a Ermida de Santa Margarida situada na Herdade do Monte S. João, cuja festa se celebra no fim-de-semana mais próximo do dia 7 de Outubro.



Vida paroquial e Missão
O pároco de Aljustrel, P. Paulo do Carmo Condeça, exerce o seu múnus pastoral nesta paróquia, onde até há bem pouco tempo, e durante muitos anos, trabalhou o P. Olavo. As Irmãs Doroteias têm nesta localidade uma comunidade onde vivem, há quase quatro décadas três religiosas: Irmãs Frazão, Ribeiro e Maria Emília.
A Missão Popular, uma aposta do plano pastoral paroquial, foi anunciada em 7 de Outubro do ano findo e realiza-se de 14 a 28 de Abril. Fizeram-se seis reuniões de preparação e, se Deus quiser e as pessoas ajudarem, vão funcionar 4 Comunidades em Montes Velhos, 3, na Aldeia Nova e 2, em Jungeiros. Começou com a chegada da imagem de Nossa Senhora de Fátima, desde há muito “baptizada” como Senhora das Missões. Depois de acompanhada desde o Seminário de Beja até aos limites da paróquia por uma caravana de mais de uma vintena de automóveis, a Imagem passou pelos 3 aglomerados populacionais e, a partir do centro de Montes Velhos, fez-se a Procissão de acolhimento e a entrega da Missão à protecção de Maria, Estrela da Evangelização.

A Eucaristia de Envio e a reunião com os animadores preencheram o domingo. Segue-se a semana das comunidades ou assembleias. A segunda semana, as celebrações temáticas, serão repartidas pelos três centros de culto. No penúltimo dia, haverá um encontro de formação para Animadores da Comunidade, orientado pelo P. António Lopes, director nacional das Obras Missionárias Pontifícias. No dia do encerramento desta acção missionária estará presente o Bispo diocesano, D. António Vitalino, que presidirá à Eucaristia.
A equipa Missionária é composta pelo P. Agostinho, CM, pela Irmã Celina, religiosa do Bom Pastor e pelo casal Norberto e Olímpia Dias, de Salvaterra de Magos.

P. Agostinho Sousa, CDM/Beja


Sines e Porto Covo começam a preparar Missão

No 2º Domingo da Páscoa, domingo da Misericórdia, nas paróquias de Sines e de Porto Povo, em todas as Eucaristias, foi feito o Anúncio da Missão Popular. Em Sines, decorrerá de 3 a 17 de Novembro e em Porto Covo, de 19 de Janeiro a 2 de Fevereiro do próximo ano. A partir deste momento e ao longo dos próximos meses, o P. Agostinho acompanhará neste tempo de pré-missão, os vários agentes missionários: equipa de responsáveis, animadores de comunidades, visitadores e donos das casas onde vão funcionar as Assembleias. Além dos aspectos práticos a ter em conta, haverá tempo para a reflexão de várias temáticas: o que é a Missão Popular, os ministérios no Novo Testamento, a Igreja-comunhão e ministérios, a Missão Popular e os seus ministros e o Animador-ministro da Palavra e da direcção, bem como a preparação cuidada dos temas das quatro reuniões das Assembleias.



Neste fim-de-semana, além do anúncio foi feita a entrega da oração da Missão Popular, que foi rezada pelas várias centenas de participantes na Eucaristia. À tarde, no Centro Paroquial de Sines e na Igreja de Porto Covo houve reunião, com todos aqueles que aceitaram o convite lançado na Eucaristia. Foi apresentado o contexto da Missão nestas duas paróquias, dentro do plano da animação missionária da diocese, apelou-se à disponibilidade de todos para a caminhada de preparação intensa, desde a oração até à acção. Foi apresentado o tema “O que é a Missão Popular” e marcou-se nova reunião para 16 e 17 de Junho. O desafio ficou lançado e o terreno vai ser preparado. A estas duas comunidades foi lançado o repto: “Não temais. Ide dizer aos meus irmãos!” (Mt. 28, 10)


Festas e Vida Religiosa

Ainda que o orago de Sines seja São Salvador, Nossa Senhora das Salas é a padroeira dos pescadores de Sines e a Imagem com maior culto popular. A lenda que dá origem à sua devoção remonta ao século XIII e conta a história da princesa Bataça, que na aflição de uma tempestade promete construir uma capela em louvor da Virgem no primeiro porto que encontrar. Esse porto é Sines e a capela é a Igreja de Nossa das Salas, situada na zona poente da cidade, debruçada sobre o porto de pesca. Oitocentos anos depois, a devoção à Senhora das Salas mantém-se. Nos dias 14 e 15 de Agosto, realizam-se as suas festas, com missa na ermida e na Igreja Matriz e procissões pelo centro histórico (nocturna, dia 14) e no mar (diurna, dia 15). Esta última, usando as traineiras dos pescadores, devidamente engalanadas, torna-se o ponto alto das festividades.

Em Sines, a Santa Casa da Misericórdia, de dois em dois anos promove e anima a Procissão dos Passos que percorre as ruas centrais da localidade e, em muitos lugares são colocados quadros alusivos à Paixão. Tal iniciativa proporciona um momento marcante no tempo da Quaresma.

Em Porto Covo, a padroeira é Nossa Senhora da Soledade, celebrada a 29 de Agosto. Ao fim da tarde, o povo leva a imagem em procissão pelas principais ruas da aldeia. As festas religiosas são acompanhadas por um programa de celebrações“profanas” na freguesia.

Um pároco, P. José Fernandes Pereira e, actualmente 2 diáconos permanentes, animam as celebrações religiosas destas Comunidades. Ao fim de semana há Eucaristia, em Sines (1 vespertina e 2 dominicais) e em Porto Covo (dominical, à tarde). Há catequese, nas duas paróquias (+-150 crianças), mas são poucos os baptismos, crismas e matrimónios.


História

Sines tem ocupação humana desde a Pré-História e vestígios de praticamente de todos os períodos históricos. A riqueza do mar de Sines e dos pontos abrigados da sua costa, raros no Alentejo, começam a definir a identidade económica de Sines desde as épocas mais remotas. Os Romanos fizeram da actual capital do concelho um entreposto portuário e comercial (Sines vem de "sinus", a palavra romana para significar baía). Sines cresce como aldeia piscatória até que, em 1362, o município é fundado pelo rei D. Pedro I, interessado nas suas funções defensivas da costa. O Castelo, o principal monumento da cidade, é concluído pela população como contrapartida da concessão do foral.

Cerca de um século depois, em 1469, nasce em Sines uma das maiores figuras da história universal, o navegador Vasco da Gama. Sines vive essencialmente da pesca e das indústrias da cortiça e das conservas até meados do século XX, altura em que dimensão turística começa a crescer.


O grande complexo industrial criado pelo governo de Marcello Caetano, em 1970, muda o concelho. A população explode e diversifica-se, a paisagem ganha novas configurações e a comunidade luta para manter a sua integridade e a qualidade de vida, mitigando os impactes negativos da instalação das novas unidades e aproveitando os positivos.

O concelho de Sines é formado por duas freguesias: Sines e Porto Covo. Ao todo, segundo o Census de 2011 tem 14.238 habitantes, com 5.621 famílias, sendo o único concelho da Diocese de Beja que viu aumentada a sua população, em relação a 2001 (+ 683 pessoas).

Como património arquitectónico, a cidade de Sines tem o Castelo de Sines, a Igreja de Nossa Senhora das Salas, a Igreja Matriz de São Salvador, a Capela da Misericórdia, o Centro Histórico de Sines e a estátua de Vasco da Gama.


P. Agostinho Sousa/CDMBeja




Odemira: Missão, formação e juventude
De 16 a 23 de Março decorreu na Vila de Odemira um tempo de Missão. No sobe e desce das ruas e ruelas, com obras de empedramento novo e sinalizações a apontar saídas e desvios, os missionários foram à procura de doentes e pessoas idosas e sozinhas. O tempo de encontro foi sempre curto pois muito havia a partilhar e a escutar. O mesmo se pode dizer das instituições de bem-fazer, todas elas, valências da Santa Casa da Misericórdia de Odemira.
O centro das actividades foi a Igreja do Santíssimo Salvador, com oração de laudes e tempo de atendimento, de manhã, com Eucaristia, à tarde, e reflexão e oração, à noite. A participação ficou um pouco aquém do esperado, embora houvesse momentos muito concorridos, tais como o dia da família, o dia da Reconciliação e a noite da Via-Sacra. Nesses encontros, muitos foram aqueles que quiseram responder com a sua presença e participação activa, enchendo por completo a igreja. O mau tempo impediu que mais pessoas pudessem responder aos apelos do pároco e dos missionários.
O encontro com as crianças nos Jardins de Infância de Odemira e da Boavista dos Pinheiros foi um momento encantador e cheio de ternura e beleza, pois aconteceu no dia do Pai e os pequenos cantaram e encantaram e mostraram a caminhada que fazem com a ajuda do pessoal técnico e auxiliar, e com a presença das Irmãs Oblatas.
D. António Vitalino acompanhou a Missão e, na sexta-feira, visitou doentes a quem levou a Eucaristia e a Unção dos Doentes. Além desta actividade, calcorreou as ruas, saudando os que passavam e esteve presente no Centro de Dia, no Lar e no Centro de Cuidados Continuados, obra da Santa Casa onde conversou com os utentes e responsáveis. Por fim, visitou o Estabelecimento Prisional de Odemira onde falou com a direcção e com as presas, num encontro formal, mas muito fraterno e intenso. Este momento foi salutar para todos, pois ir ao encontro dos irmãos, seja qual for a sua situação, é sempre um desafio a acolher, um caminho a seguir, uma meta a alcançar!
O último dia da Missão, com muita chuva à mistura, teve um programa muito preenchido e variado: o encerramento da Missão, o encontro de formação para Animadores, a Jornada diocesana da Juventude e a instituição de Ministérios de Leitor e Acólito.

Formação de animadores
Na ermida da Senhora da Piedade aconteceu o 8º Encontro de Formação para Animadores da Comunidade, que foi orientado pelo P. Fernando Soares, da CM, que apresentou o tema: “Caridade, fonte de Fé e de Amor” e com o sub-tema: “Crer é cuidar e cuidar é crer”. As diversas actividades e o mau tempo fizeram com que não houvesse uma grande adesão. Eram mais de duas dezenas de participantes, entre eles, o bispo, sacerdotes, diácono permanente, candidatos ao sacerdócio, religiosas, homens, mulheres e jovens.
Após o acolhimento e um tempo de oração/reflexão com base no texto do bom Samaritano o conferencista, com experiência no trabalho como capelão hospitalar (S. João-Porto) e com a Sociedade de S. Vicente de Paulo (Assistente do Conselho Central do Porto), pegando no nº 14 da Porta da Fé e na mensagem de Bento XVI para a Quaresma para este ano, de forma simples e interpelante, foi apontando pistas e caminhos para um aprofundamento da fé e uma vivência da caridade. Nestes dois documentos, no dizer de Bento XVI, “a fé sem a caridade não dá fruto, e a caridade sem a fé seria um sentimento constantemente à mercê da dúvida. Fé e caridade reclamam-se mutuamente, de tal modo que uma consente à outra de realizar o seu caminho” (Porta da Fé), pois a fé é conhecer a verdade e aderir a ela (cf. 1 Tm 2, 4); a caridade é «caminhar» na verdade (cf. Ef 4, 15). Pela fé, entra-se na amizade com o Senhor; pela caridade, vive-se e cultiva-se esta amizade (cf. Jo 15, 14-15) ” e “A fé faz-nos acolher o mandamento do nosso Mestre e Senhor; a caridade dá-nos a felicidade de pô-lo em prática (cf. Jo 13, 13-17). Na fé, somos gerados como filhos de Deus (cf. Jo 1, 12-13); a caridade faz-nos perseverar na filiação divina de modo concreto, produzindo o fruto do Espírito Santo (cf.Gl 5, 22). A fé faz-nos reconhecer os dons que o Deus bom e generoso nos confia; a caridade fá-los frutificar (cf. Mt 25, 14-30)” (Mensagem da Quaresma).
A Palavra de Deus (Mateus 25 e 1ª Coríntios, 13), o diálogo e a partilha ajudaram a dar profundidade, conteúdos e força a esta manhã de formação. Os participantes manifestaram o seu agrado pela escolha do tema e pela forma como foi apresentado. No final, o senhor Bispo, salientou a necessidade da formação dos animadores e desafiou para que nos próximos encontros (Montes Velhos-Abril e Vale de Água-Maio) haja mais participantes. Além disso, vincou a ideia de que é necessário criar grupos missionários, nas paróquias e na diocese, para animar as comunidades, uma vez que o número de sacerdotes é muito reduzido. Incentivou os presentes a dar maior e melhor testemunho da fé, pelo exemplo de vida e pela vivência da caridade.

“Ide e fazei discípulos”

A vila de Odemira acolheu a Jornada diocesana da Juventude, com o lema: “Ide e fazei discípulos entre todas as nações”. Os jovens chegaram de mochila às costas, uns na sexta, dia 22, outros, a maior parte, no sábado, 23. Vieram de muitos lugares da diocese, embora os participantes não chegassem à centena. Pela manhã, na Igreja do Santíssimo Salvador, com a Irmã Natália e outros responsáveis da Pastoral Juvenil, com o P. Francisco e o P. Manuel Pato, começou a animação do dia, com várias dinâmicas que levaram à oração, à contemplação e à reflexão. Posteriormente, dividiram-se em ateliers, com temáticas diferentes e complementares. Da “Fé com arte” ao canto, da ornamentação ao encontro, mesmo debaixo de chuva, foram-se construindo quadros e momentos cheios de beleza.
A concentração para a Procissão de Ramos teve lugar no Jardim dos Baloiços e após a Bênção, percorreu algumas das ruas da vila, mostrou algum do muito trabalho da gente nova. A animação pelo canto, a coreografia, a dança dos continentes ao som da saudação “Evenu shalom aleguén”, transportou a multidão para terras de Israel, para a cidade de Jerusalém. Um belo trabalho, simples, mas cheio de mensagem!
A Eucaristia, presidida pelo Bispo diocesano, foi ponto alto, na vivência deste dia, com actividades diferentes, mas todas elas, orientadas para este momento de celebração da Fé.
A gente nova, animou o canto. Os concelebrantes proclamaram a narração da Paixão. O presidente, na homilia, aprofundou a vivência deste tempo litúrgico, onde a cruz surge como sinal de vida nova, como revelação do Amor de Deus que nos interpela e nos aponta caminho a seguir, na fidelidade, no cuidado com os outros, na disponibilidade para o serviço.
No momento próprio, Frei João António Gonçalves, dos Milicianos de S. Martinho das Amoreiras, foi instituído no ministério de Acólito e Ikechukw Mary G. Okeke, em estágio em Vila Nova de Milfontes, no ministério de Leitor. Uma oportunidade para um apelo ao discernimento vocacional e à identidade missionária da Igreja. A celebração foi digna, festiva e interpelativa. Um dia cheio e em cheio, com ritmo, conteúdo e desafios!
Todos, de todas as idades, receberam e perceberam o lema desta jornada e destes dias de missão “Ide e fazei discípulos entre todas as nações!”
P. Agostinho Sousa, CDM/Beja

“Nova Evangelização e Missão, hoje”

Desta vez foi em Mértola que nos reunimos no dia 9 de Fevereiro, para mais um momento de partilha, aprendizagem e convívio. São sempre momentos que enriquecem a quem se disponibiliza a estar presente. Foi o 7º Encontro de Formação para Animadores da Comunidade, promovido pelo Centro Diocesano Missionário, com o tema: “Nova Evangelização e Missão, hoje”.
Não muitos, um pouco mais de duas dezenas, na maioria de Mértola e três presenças de Almodôvar (Santa Clara-a-Nova). O Padre Tony Neves, provincial dos padres Espiritanos, baseado na sua experiência missionária e nas conclusões do último Sínodo dos Bispos sobre a Nova Evangelização para a transmissão da Fé, orientou a reflexão e as dinâmicas que preencheram este dia de encontro, de estudo e de linhas de força para a dinamização missionária da diocese feita em todas as suas comunidades.
Contámos também com os Padres Agostinho (responsável das Missões na diocese), Aristides Neiva, Sousa Marques (da comunidade dos padres Espiritanos que servem o concelho de Mértola), Cónego Álvaro e a agradável surpresa da presença do nosso Bispo, D. António Vitalino. O Agrupamento de Escolas do concelho de Mértola cedeu-nos o espaço (EB1) e foi nesse lugar acolhedor e bem equipado que a formação decorreu.

A Igreja que somos e a Igreja que queremos ser
O Padre Agostinho fez a introdução ao tema e o ponto da situação em relação ao trabalho desenvolvido na Diocese. Depois começámos a visualizar algumas imagens capazes de nos integrar no sentido pleno do tema: “Que Evangelização queremos para a nossa Igreja?”
Na verdade, percebemos que há formas de estar distintas. Se por um lado há posturas que indicam pedagogias de alinhamento, de programação e de “perfomance”, por outro, a visão “together now” (agora, juntos), numa abertura a mentalidades diferentes, de envolvência, de união pela ideia aglutinadora do amor de Cristo, com a humildade de sentirmos que somos o que Deus quer que sejamos, parece-nos a mais forte e adequada para celebrar a fé na diversidade de percursos que coexistem numa comunidade.
A Igreja à escala global faz de nós uma igreja plural, o que implica  “não obrigar” a que todos sejam como nós. Como disse Santo Agostinho, devemos ser unidos no essencial, livres no acessório e em tudo com caridade. Mais do que saber muito, é preciso vivermos de acordo com a fé, coerentemente, e transmitir a fé vivida e não apenas…falada.

A importância da linguagem
Vivemos na era da imagem. A palavra requer adequação ao destinatário. Tal como dizia o papa João Paulo II, a linguagem requer “fervor, métodos e expressões”. Na verdade, a evangelização hoje, requer novos métodos e novas expressões. O acesso fácil às novas tecnologias é uma dessas novas expressões que não podemos ignorar. A pedagogia terá de ser viva e baseada num conhecimento prévio para melhor definir as estratégias adequadas.
Nesta contínua insatisfação em que vive a humanidade, aliada à permanente incerteza da vida dos jovens, a procura de soluções que “preencham” o vazio é uma constante, por vezes, apressada e descoordenada, que leva a fontes sem água viva. É preciso procurar o encontro com o Pai através da vivência dos Sacramentos, enquanto sinais de fé viva e actuante.

Vantagens da globalização
A globalização surge também como uma oportunidade de dilatar o Evangelho. Esta possibilidade foi vista de forma marcante pelos dois últimos papas. Para melhor entender o alcance desta possibilidade vivida em concreto, vimos um pequeno filme de Nuno Bastos que evidencia a necessidade de mediação para recuperar quem se distancia e como o problema de “um” passa a ser o problema do “todo”, quando a indiferença é a resposta ao apelo de quem sofre.

Instrumentos de encontro com Jesus


Encontrar o outro, escutar e perceber os sinais de alerta, permite o encontro com Jesus. Dispomos de instrumentos capazes de assegurar a eficácia deste encontro: a Bíblia, os Sacramentos, a comunhão fraterna, o serviço da Caridade e a Missão.
É urgente cuidar da novidade da mensagem, sabendo que o Evangelho é para todos e que os jovens fazem parte deste processo de “cuidar”, de adequar, para chegar a quem é o garante da continuidade da mensagem cristã. As Jornadas Mundiais da Juventude têm sido uma forma de ligar o testemunho de vida à Palavra de Deus. Os jovens ganham confiança porque se deparam com multidões que gostam de Deus.
A relação entre a fé e a razão, foi outro ponto de reflexão. É preciso fazer alianças entre a cultura e a fé e lembrar que os meios de comunicação social são, agora, os novos areópagos. Todos os sectores da vida se dignificam quando vividos à luz da fé. Até a relação com o sofrimento assume novo sentido porque o horizonte não é o fim, mas a vida eterna.
Afinal, das virtudes teologais (fé, esperança e caridade), a caridade é a que permanece. A partilha vem depois da oração e da conversão porque é o gesto de quem mudou a sua vida a partir do encontro com Deus.Como diz Bento XVI, “uma fé sem obras é como uma árvore sem frutos”. A existência cristã é uma permanente “subida ao monte” para o encontro com Deus.
Foi assim, rico na forma e no conteúdo, que decorreu este dia de formação, em Mértola. Bem haja a quem o tornou possível. Para Deus todas as graças pelo que vivemos, partilhámos, comemos e guardamos na mente e no coração.
Em breve, em Odemira, no dia 23 de Março, novo encontro, com o tema bem sugestivo: “Crer é cuidar … cuidar é crer”. Vamos marcar presença! Vale a pena!

Maria Sebastiana Romana – Mértola
CDM/Beja


25 de Janeiro: Nasce uma Congregação enviada a evangelizar os pobres



A 24 de Abril de 1581 na aldeia de Pouy, Dax - França, nascia Vicente de Paulo. Faleceu a 27 de Setembro de 1660, em Paris, sendo canonizado em 16 de Junho de 1737. Em 1885, o Papa Leão XIII declarou-o patrono de todas as obras de caridade.

Os santos, ainda em vida e, sobretudo depois da sua morte, são para o mundo, ao longo dos séculos, testemunhas da presença de Deus que ama e da Sua acção salvadora. Celebrá-los ou fazer memória de acontecimentos-chave nas suas vidas são preciosas oportunidades para meditar nas maravilhas de um Deus de ternura e de misericórdia por meio de alguém que a Ele se entregou sem reserva através dos compromissos irrevogáveis do sacerdócio.

Para a Congregação da Missão (Padres Vicentinos), celebrar o dia 25 de Janeiro, dia da sua fundação, remete-nos para o sermão histórico de Folleville (25 de Janeiro de 1617) que deu início à obra das Missões e tornou-se o segredo revelado para o início da própria Congregação. A coincidência com a celebração da festa da conversão de S. Paulo, apóstolo dos gentios, é estímulo (“Para mim viver é Cristo!”), desafio (“Ai de mim se eu não evangelizar!”) e compromisso (“O amor de Cristo nos impele!”).



Itinerário espiritual

A vocação deste genial iniciador da acção caritativa e social ilumina ainda hoje a estrada dos seus filhos e filhas, dos leigos que vivem do seu espírito, dos jovens que buscam a chave de uma existência útil e radicalmente consumida no dom de si. É fascinante o itinerário espiritual de São Vicente de Paulo. Depois da ordenação sacerdotal e da estranha aventura de escravidão em Túnis, dá-nos a impressão que ele volta as costas ao mundo dos pobres, rumando para Paris na expectativa de adquirir um benefício eclesiástico. Conseguiu colocar-se ao serviço da rainha Margarida. Tal posto fê-lo aproximar-se da miséria humana, especialmente no novo Hospital da Caridade. São os desígnios da Providência.

Transitando continuamente com a grande, rica e célebre Família dos Gondi pelos seus castelos e propriedades do interior, Vicente de Paulo descobriu a terrível realidade da miséria material e espiritual do "pobre povo do campo". Num domingo de Agosto de 1617, foi chamado para atender a uma família, cujos membros estavam todos doentes. Ele assume a organização da generosidade dos vizinhos e das pessoas de boa vontade: era o nascimento da primeira "Caridade" que ia servir de modelo a tantas outras. E, daquele momento até ao último suspiro, não o abandonaria mais a convicção de que o serviço dos pobres era a sua vida. Este resumo do "itinerário interior" do padre Vicente nos primeiros anos de sacerdócio mostra-nos um presbítero extremamente atento aos problemas do seu tempo, deixando-se guiar pelos acontecimentos ou, antes, pela Providência divina, sem jamais se lhe antecipar, sem "lhe passar por cima", como gostava de dizer.



Missões Populares

Para melhor servir os pobres, Vicente decidiu "reunir um grupo de padres que, livres de quaisquer compromissos, se aplicassem inteiramente, sob a orientação dos Bispos, à salvação do pobre povo do campo, por meio da pregação, da catequese, das confissões gerais, sem disso auferir retribuição alguma, qualquer que fosse a sua natureza ou modalidade". Este grupo sacerdotal cresceu rapidamente e implantou-se em cerca de quinze dioceses para missões paroquiais e a fundação das "Caridades". A Congregação da Missão depressa se estende até à Itália, à Irlanda, à Polónia, à Argélia, a Madagáscar. Vicente não cessa de inculcar nos seus companheiros "o espírito de Nosso Senhor", que ele compendia nas cinco virtudes fundamentais: a simplicidade, a mansidão, a humildade, a mortificação e o zelo. As exortações por ele dirigidas aos que partiam para pregar o Evangelho eram cheias de sabedoria espiritual e de realismo pastoral: trata-se, não de se fazer amar, e sim, de fazer amar Jesus Cristo. Num tempo de tantos pregadores de complicados sermões, com citações em grego e latim, ele exigia, em nome do Evangelho, a simplicidade e uma linguagem convincente.



Seminários e retiros

No decorrer das missões, tornou-se evidente que os frutos de tal método de evangelização dependiam da permanência de padres instruídos e zelosos nas paróquias missionadas. Assim, bem cedo, os "padres da missão" começaram a dar à formação sacerdotal a atenção que davam às missões, fundando, para isso, seminários em conformidade com os urgentes apelos do Concílio de Trento.

O primeiro retiro de ordinandos, animado pelo próprio São Vicente, em 1628, a pedido do Bispo de Beauvais, foi o ponto de partida, não apenas dos "exercícios preparatórios" à ordenação, mas também da formação permanente do clero, graças às "Conferências das terças-feiras" para os Eclesiásticos, em São Lázaro. A este clero de Paris e do interior, Vicente de Paulo comunicou o espírito evangélico e ardor missionários, orientando-o para a exigência da fraternidade sacerdotal e da ajuda mútua no serviço dos pobres, sob filial dependência dos Bispos. "Como revelar ao mundo o amor de Deus, gostava de repetir, se os mensageiros deste amor não se unem entre si?". Não seria, para todos os padres de hoje, um convite de São Vicente a viverem o sacerdócio em equipas fraternas, indissoluvelmente orantes e apostólicas; a um só tempo, abertas à colaboração com os leigos e penetradas do sentido do sacerdócio ministerial que vem de Cristo para o serviço das comunidades cristãs?



Filhas da Caridade e “Caridades”

Outro aspecto do dinamismo e do realismo de Vicente de Paulo foi dotar as "Caridades", já numerosas, de uma estrutura de unidade e eficiência. Luísa de Marillac, foi enviada para visitar e estimular as "Caridades". Cumpriu maravilhosamente a missão, cujos ecos contribuíram muito para que várias "boas moças do campo" que colaboravam com as "Caridades", se decidissem a seguir-lhe o exemplo de oblação total a Deus e aos pobres. A 29 de Novembro de 1633, nascia a Companhia das Filhas da Caridade, recebendo de Vicente de Paulo um regulamento original e exigente: "Tereis por mosteiros a sala dos doentes; por cela, um quarto de aluguer; como capela, a igreja paroquial; como claustro, as ruas da cidade; como clausura, a obediência; como grade, o temor de Deus; como véu, a santa modéstia". O espírito da Companhia foi assim resumido: "Deveis fazer o que o Filho de Deus fez na terra; a estes pobres doentes, deveis dar a vida do corpo e a vida da alma".



Nos dias de hoje

Este olhar contemplativo sobre a epopeia vicentina, levar-nos-ia facilmente a dizer que São Vicente de Paulo é um santo moderno. Sem dúvida, se ele aparecesse hoje, não teria o mesmo campo de acção. Foram superadas muitas doenças que ele ensinou a curar. Entretanto, ele encontraria infalivelmente, o caminho dos pobres, dos novos pobres, nas concentrações urbanas do nosso tempo, como outrora nos campos, bem como os desempregados e outras vítimas do sistema materialista em que vivemos.

Imagine-se o que este arauto da misericórdia e da ternura de Deus seria capaz de empreender, utilizando com sabedoria, todos os meios modernos à nossa disposição! Numa palavra, a sua vida assemelhar-se-ia ao que sempre foi: um evangelho generosamente aberto, com o mesmo cortejo de pobres, de doentes, de pecadores, de crianças infelizes e, também, de homens e mulheres a dedicarem-se, generosamente, ao amor e ao serviço dos pobres. Todos, famintos de verdade e de amor, tanto quanto de alimento material e de cuidados corporais! Todos, a escutar Cristo que continua a dizer-lhes: "Vinde e aprendei de Mim que sou manso e humilde de coração!" (Mt 11, 29).

A Congregação da Missão e as Províncias que a compõem, ao longo dos tempos, procura identificar-se com o fundador e o seu carisma e, na última Assembleia, trataram o tema “Fidelidade criativa para a Missão”. Nesse sentido, está trabalhar na sua reconfiguração e no modo como levar por diante a missão que lhe está confiada.

Nesta última semana, mais concretamente de 16 a 19, em Piacenza-Itália, houve um Encontro de formação a nível europeu, subordinado ao tema: “Transmissão da Fé”. Neste tempo forte em que participei com outro sacerdote vicentino, foram trabalhados vários sub-temas, tais como: “A missão na Europa”, “A formação do Clero”, “O diálogo inter-religioso”, “A Igreja transmite a fé da qual ela vive”, “O diálogo ecuménico-litúrgico entre católicos e ortodoxos”, “A caridade” e “A Missões Populares”. Foram momentos ricos e intensos de partilha e de abertura, de testemunhos e de desafios.

Atentos aos sinais dos tempos e à realidade onde estamos inseridos sejamos bons discípulos de Vicente de Paulo, apoiados em dois dos seus pensamentos mais conhecidos - “Dai-me um homem de oração e ele será capaz de tudo!” e “O amor é inventivo até ao infinito!”

P. Agostinho Sousa, CDM/Beja



Ano da Fé e Missão



Formação e transmissão da fé




Em Moura, no Centro Paroquial, no passado sábado, dia 12, com a presença de D. António Vitalino, alguns sacerdotes e religiosas e mais de duas dezenas de animadores de várias idades e proveniências, aconteceu o 6º Encontro de Formação para Animadores da Comunidade, promovido pelo Centro Diocesano Missionário. O tema “Ano da Fé e Missão”, teve por base de reflexão a Carta apostólica “Porta da Fé” e foi tratado pelo Vigário Geral, P. António Domingos Pereira.

À hora marcada, a Irmã Beatriz, carmelita missionária, fez um tempo de oração-meditação, que levou à interiorização e ao encontro com Deus. Este “encontro com Deus” serviu de mote para toda a reflexão do dia, quer na exposição, quer no trabalho de grupos e plenário.

Passo a passo, o conferente fez uma viagem por todo o documento, começando por apontar as razões que levaram ao anúncio de um Ano da Fé, os documentos que o motivaram e a caminhada proposta aos crentes para a vivência deste tempo de graça. Redescobrir o caminho da fé, voltar à Fonte da Água viva, a unidade entre o acto da fé e os seus conteúdos, as características fundamentais da catequese dos Apóstolos, para novos tempos, novas formas de anúncio, foram pontos basilares na partilha feita pelo P. Domingos.

O trabalho dos 4 grupos, com questões pertinentes, tais como “a crise de fé no meio em vive como se manifesta?”, “de que características se deve revestir o anúncio, a catequese do animador missionário’”, “O que muda em quem tem fé?”, levaram a assembleia a reflectir e a descobrir caminhos para a vivência da fé a nível pessoal e comunitário, numa identidade permanente com Cristo.

O encontro terminou com a palavra do Bispo e a oração vésperas do Baptismo do Senhor. Foi lembrado que o 7º Encontro de Formação para Animadores, e aberto a todos, será em Mértola (EB1), em 9 de Fevereiro, com o tema: “Nova Evangelização e Missão hoje”. Este tema, que terá como suporte as conclusões do Sínodo sobre a “Nova Evangelização para a transmissão da Fé” será apresentado pelo P. Tony Neves, provincial dos Espiritanos.



P. Agostinho Sousa, CDM/Beja


A família, comunidade evangelizadora



Estamos em tempo natalício, tempo para a família, momento para manter e reforçar laços, iluminados pela Luz daquele que quis nascer numa família, ser acolhido num regaço de mãe e acariciado pelas mãos trabalhadoras de um carpinteiro, seu pai adoptivo. À luz deste quadro terno e exemplar, pode-se descobrir o papel evangelizador da família.

Ainda não vai longe o tempo em que na família havia praticamente uma comunidade religiosa espontânea. Os pais tinham a preocupação de educar os filhos na fé e nos valores religiosos em que acreditavam. A fé cristã passava de pais a filhos com naturalidade.
Hoje damos conta de que os tempos mudaram como mudou a sociedade e o ambiente familiar. São propostos valores novos e desprezados os velhos; a consciência e os costumes sociais modificaram-se notavelmente; algumas certezas transformaram-se em dúvidas. Ensina-se mais facilmente a ocupar os primeiros lugares, a ganhar mais, a ser mais espectacular que os outros.

A pressão social leva a fazer dos próprios filhos personagens de relevo, atletas, homens e mulheres de sucesso, competitivos na sociedade de bem-estar. E esquece-se o dever de os ajudar a adquirir as virtudes que os tornam verdadeiramente humanos e cristãos: a honestidade, a lealdade, a justiça, a bondade, a fé.

O pluralismo cultural da nossa sociedade penetra dentro da família com as mais variadas e contrapostas ideias e modos de viver. Revela-se hoje uma falta geral de comunicação entre as gerações. Os filhos começam a distanciar-se das tradições religiosas e morais dos pais. Os modelos de vida de outrora foram substituídos por outros publicitados com insistência e segundo critérios bem finalizados.



A missão evangelizadora da família no projecto criador e salvador de Deus

Na celebração do matrimónio, os esposos cristãos assumem, perante Deus e a comunidade cristã, a missão da educação dos filhos na fé. A liturgia do baptismo mostra-nos como os pais, com o seu amor são colaboradores de Deus na obra da criação ao transmitir o dom da vida e da fé. A missão educadora de toda a família é elevada, pelo sacramento do matrimónio, à dignidade de evangelização e de educação da fé; A missão educadora da família exige que os pais cristãos proponham aos filhos todos aqueles conteúdos que são necessários para o gradual amadurecimento da sua personalidade de um ponto de vista cristão...

O Sínodo sobre a Família apresentou a missão educativa da família cristã como um verdadeiro ministério, por meio do qual é transmitido e irradiado o Evangelho de modo que a própria vida familiar se torna itinerário de fé e, de algum modo, iniciação cristã e escola do seguimento de Cristo. Na família, consciente deste dom, como escreveu João Paulo II, “todos os membros evangelizam e são evangelizados" (F. C. 39).

Na família "os pais devem ser para os filhos os primeiros anunciadores da fé" (LG.11 e 41); os esposos devem ser "um para o outro e para os filhos testemunhas da fé e do amor de Cristo" (LG. 35); “cooperadores da fé, reciprocamente, em relação aos filhos e a todos os outros familiares" (AA.11).

Um casal cristão está pois investido de uma verdadeira missão evangelizadora: ser para os filhos, uma proposta viva e credível de fé. Preocupar-se-á em que a mensagem cristã lhes chegue com o máximo de autenticidade e compreensão. E a mensagem tornar-se-á mais credível pelo testemunho da sua experiência de fé.



Missão Popular e a Família

Desde logo, a Missão assenta na base familiar ao constituir-se emAssembleias ou Comunidades Familiares. Famílias que abrem as suas portas, que acolhem os vizinhos que, tal como as primeiras comunidades, se reúnem à volta da mesa da Palavra, reflectem e rezam; que abrem a sua “igreja doméstica” e a alargam a outras, para se tornar a comunidade de todos e para todos: crianças, jovens, adultos, homens e mulheres, e se interessa por todos, a começar pelos doentes e sozinhos.

Se na primeira semana há o envolvimento das famílias ao ponto de serem o núcleo da comunidade das comunidades, na segunda semana da Missão, torna-se rainha, na Festa da Família, com a participação activa dos casais em toda a celebração, de modo muito particular na renovação do compromisso matrimonial. Pais e filhos, em uníssono, dão graças a Deus pela família, pelo amor, pelo dom e entrega.

No pós-missão, na continuação dos encontros das assembleias, a família volta a ter destaque, quando os grupos se juntam para reflectir o tema:Família – Igreja doméstica; Como rezas, como vives? Aqui, de movo se fala dos âmbitos da missão evangelizadora da família que passam pelo testemunho em família, pelo compromisso na edificação da Igreja e pelocompromisso no mundo. "As famílias, quer singularmente, quer associadas, podem e devem dedicar-se a múltiplas obras de serviço social especialmente a favor dos pobres e de todas aquelas pessoas e situações que a organização da previdência e assistência públicas não consegue atingir”. (FC.44).



Cultivar a paixão pelo bem comum da família

Com as palavras de Bento XVI, na sua Mensagem para o Dia Mundial da Paz-2013, nas Missões ou fora delas, deve-se ter muito em conta que“os diversos obreiros da paz são chamados a cultivar a paixão pelo bem comum da família e pela justiça social, bem como o empenho por uma válida educação social” e que “ninguém pode ignorar ou subestimar o papel decisivo da família, célula básica da sociedade, dos pontos de vista demográfico, ético, pedagógico, económico e político, pois ela possui uma vocação natural para promover a vida: acompanha as pessoas no seu crescimento e estimula-as a enriquecerem-se entre si através do cuidado recíproco. De modo especial, a família cristã guarda em si o primordial projecto da educação das pessoas segundo a medida do amor divino. A família é um dos sujeitos sociais indispensáveis para a realização duma cultura da paz. É preciso tutelar o direito dos pais e o seu papel primário na educação dos filhos, nomeadamente nos âmbitos moral e religioso. Na família, nascem e crescem os obreiros da paz, os futuros promotores duma cultura da vida e do amor “ (nº 6).

A Sagrada Família fazia parte de um Povo, constantemente em peregrinação, o mesmo é dizer, um povo que se sabe, sempre a caminho: a caminho do Templo e a caminho do seu Deus. Fazem parte de uma caravana, de uma“comunidade de caminho” (synodia). Assim, a exemplo da família de Nazaré, cada um de nós, cada uma das nossas famílias, em diocese e “num só coração e numa só alma”, devemos cultivar a paixão pela família de modo a que estas se tornem autênticas comunidades evangelizadoras.

P. Agostinho Sousa

CDM/Beja


 A Missão, começou agora,
 em Santo André



 “Evangelizar, celebrar, comprometer-se” eram as palavras-chave para a Missão Popular que decorreu em Vila Nova de Santo André, de 04 a 18 de Novembro. Eram bem visíveis no cartaz de anúncio e traziam consigo mais uma tríade de desafios: “Missão, participação, corresponsabilidade”.


Ao longo de seis meses houve intensa e cuidada preparação. Desde cedo se percebeu que as dificuldades seriam imensas por causa da dispersão, das raças e culturas, dos horários laborais por turnos e de um sem número de razões com maior ou menor peso. Além do tecido urbano, nos seus vários e diferentes bairros, apenas foi possível avançar para o exterior, concretamente, para Deixa-o-Resto e Aldeia, tendo ficado de fora alguns montes e pequenos aglomerados populacionais.

Cidade pensada em grande, tem pouco mais de 10.000 habitantes, voltados para os empregos em Sines, ou então, regressados das antigas colónias e agora a viver um tempo de descanso, após anos de trabalhos e tormentas. A vida vai palpitando na gente nova, a correr para as escolas ou para as muitas actividades complementares e sedutoras. As relações de vizinhança e proximidade, mesmo havendo o Dia do Vizinho, são ainda muito ténues e quase exclusivas a um restrito grupo de amigos ou de conhecidos.

A paróquia de Santa Maria, com igreja sagrada em 1993, está a construir-se. Nova em idade, possui um outro centro de culto, no Bairro Azul, onde se encontram instaladas algumas das suas obras sociais (Farol e, até há pouco, o Esquilo), bem como o Jornal “O Leme”, o Agrupamento 581 do CNE, as salas de catequese e outros espaços comunitários. A maior parte das obras de assistência e de resposta social são dadas pelo Centro de Dia, também ele gerido pela paróquia.

Foi este o campo da Missão. Pedida pelo pároco, foi vivida por uma comunidade empenhada e desejosa de crescer. Não foram as multidões que aderiram, mas um punhado de gente que quer fazer caminho e está disponível para procurar e descobrir o valor da fé e do compromisso concreto na vida de todos os dias.



Comunidades, doentes, celebrações temáticas



A equipa missionária, composta pelos padres Álvaro Cunha e Agostinho, pelas Irmãs Celina e Gorete e pela leiga Joaquina Dias, contou com a presença e acção intensa do pároco, P. Novais. Após a Eucaristia de Envio, viva e interpelante, missionários e animadores foram fazendo comunidade, ao longo de quatro noites, em várias casas de família ou espaços comunitários. Foram tempos fortes de partilha, de reflexão, de catequese e de oração. “Eram assíduos”, pois o grupo dos participantes manteve-se ao longo das noites de temperaturas adversas. As nove comunidades nascidas para a Missão, nos seus ricos e profundos testemunhos apresentados na grande celebração das Comunidades, comprometeram-se a continuar a caminhada e a rasgar horizontes para levar a mensagem aos cantos e bairros da cidade. Com o nome dado às comunidades, pode-se concluir, em jeito de síntese, o compromisso assumido: “Em cada Despertar, como Peregrinos e Sentinelas, envolvidos pelo calor do Sol Nascente e da Teia da Fé, alimentados pelos frutos da Seara e da Videira, seremos Pedras Vivas e construtores da Paz”.

As escolas, a partir da disciplina de EMRC, foram espaço de Missão e terreno de encontro com os mais novos. O Fórum para jovens, o encontro para crismandos e crismados e o magusto, promovido pelo Agrupamento 518 e aberto à comunidade, foram espaços para acontecer tempo de Missão. A adesão, sobretudo nos dois primeiros, ficou aquém das expectativas, mas foi lançada a semente.

As visitas aos doentes no seu domicílio foram uma acção preponderante neste tempo de Missão e que ocupou boa parte do tempo dos missionários. Alguns deles, foram visitados pelo senhor Bispo, no sábado da primeira semana, dia que ele dedicou à Missão, participando em pleno, nos trabalhos desse dia. A visita aos doentes e pessoas que vivem em solidão é um dos grandes desafios deixados pela Missão.

Ao longo da segunda semana, as celebrações temáticas (Palavra-Bíblia, Fé-Luz, Igreja-Água, Reconciliação-Fogo, Família-Aliança, Maria-Estrela da Evangelização) trouxeram à Casa da Igreja algumas dezenas de pessoas, atentas e disponíveis, desejosas de beber a mensagem e assumir compromissos. Uma vez mais, não sendo multidão, foi um grupo coeso que viveu intensamente estes momentos celebrativos. O seu testemunho chegou a outros que, lamentando a sua ausência, perguntavam como poderiam começar a fazer caminho.

Além destes encontros, aconteceu um tempo de formação para animadores de comunidade, aberto à Diocese, orientado pelo Vigário Geral. Santo André respondeu com uma participação muito significativa e interessada; Mértola e Minas do Lousal também marcaram presença. Talvez a chuva tivesse impedido a participação de muitos outros. Quem participou, deu por bem empregue o tempo e o esforço gastos nesta acção importante e necessária.



Confirmadas na Fé para a Missão


A Missão começa agora. O tempo intenso e forte dá lugar à pós-missão e abre espaço para a vivência do compromisso e da corresponsabilidade.

O senhor Bispo presidiu à Eucaristia de encerramento e confirmou na fé, com o sacramento do Crisma, um grupo de oito jovens senhoras a quem lançou o desafio de “viverem segundo as obras do Espírito” e a comprometerem-se activamente na vida da comunidade, a partir da família e dos espaços em que vivem o dia-a-dia. As Assembleias, o Agrupamento 581, no ofertório, trouxeram bens alimentares para serem distribuídos a instituições de caridade.

O pároco, além de agradecer a presença do senhor Bispo e dos Missionários, lançou desafios concretos à comunidade, de modo particular, o cuidado com os doentes e a formação dos animadores, bem como a educação cristã da gente nova e a participação na Eucaristia dominical, fonte de comunhão e força para a vida. Não esqueceu os Seminários e as vocações sacerdotais, religiosas, missionárias e à vida matrimonial.

No final, no refeitório da Escola EB4, teve lugar o almoço partilhado onde, para além de se poder saborear as iguarias diversas e apetitosas, se podia ver um powerpoint com os vários momentos da Missão.

As expectativas poderiam ser altas, mas a realidade apresentou um rosto diferente: Não foi multidão, mas comunidade adulta e presente; não chegou ao longe e ao perto, mas solidificou fundamentos e abriu fronteiras; não atingiu tudo e todos, mas tocou fundo nos que se abriram à mensagem. Foi bom ter acontecido a Missão em Santo André.

Há gente empenhada, pessoas muito disponíveis, vontade de fazer (ser) mais e melhor. A Missão, começou agora, em Santo André.



P. Agostinho Sousa

CDM/Beja


5º ENCONTRO DE FORMAÇÃO

PARA ANIMADORES DA COMUNIDADE



17 de Novembro. Mais um encontro de formação de Animadores, promovido pelo Centro Diocesano Missionário. Decorreu em Santo André, onde estava a decorrer uma Missão Popular. Apesar das condiçoes metereológicas adversas, trinta e cinco pessoas estiveram presentes para se alimentarem da Palavra e aprofundar as questões da fé.

Após apresentação e a oração inicial, o Cónego António Domingos Pereira, começou a apresentar o tema: "Ano da Fé e Missão", à luz da Carta Apostólica “A Porta da Fé”, que estruturou a sua comunicação de acordo com a sequência seguinte: Porquê o Ano da Fé, A fé em iniciativas eclesiaisComo se abre a porta da FéPreconceitos e falsas esperanças. Houve também o trabalho de grupo para reflexão sobre o tema, asconclusões, a oração final e o envio

Através da leitura atenta e orientada do documento (Carta Apostólica “Porta da Fé”), foi evidenciada a importância da fé na vida dos homens, da forma como se desperta, se aprofunda e se testemunha. A fé, enquanto dom, depois de anunciada e de acolhida de forma livre, requer unidade entre o acto e os conteúdos da fé, e nesta perspectiva foi sublinhada a importância do anúncio e do testemunho.



Anúncio “saboroso e luminoso”

A Palavra de Deus é anunciada, mas só se desenvolve na medida em que o coração se deixa forjar pela graça que o transforma. Atravessar a”porta da fé” é entrar num caminho que se redescobre e se alarga à medida que formos capazes de fazer um anúncio “saboroso e luminoso” (…não podemos aceitar que o sal se torne insípido e a luz fique escondida).

Deve-se, pois, readquirir o gosto de nos alimentarmos das coisas de Deus e acreditar sem medo. Crer em Jesus é o caminho para chegar à salvação. Daí as iniciativas eclesiais: Ano da Fé; Concílio Vaticano II (50 anos); Catecismo da Igreja Católica (20 anos) com o objectivo de mostrar a força e a beleza da fé; O Sínodo dos Bispos sobre a Nova Evangelização.

A renovação da Igreja realiza-se também por meio do testemunho dado pela vida dos crentes e, por isso, estes são chamados a fazer brilhar com a sua própria vida no mundo, a Palavra de verdade que o Senhor Jesus nos deixou.



Intensificar o testemunho da caridade


A fé actua pelo amor e torna-se num critério de entendimento e de acção que muda toda a vida da criatura humana. Os conteúdos da fé, professada, celebrada, vivida e rezada devem estar em unidade com os actos que, como nos diz o apóstolo Paulo, “acredita-se com o coração e, com a boca, faz-se a profissão de fé (Rom 10,10).

O Ano da Fé será uma ocasião para intensificarmos o testemunho da caridade. A Fé obriga-nos a ser um sinal da presença do ressuscitado no mundo. O mundo de hoje precisa de testemunhos credíveis de todos os cristãos iluminados na mente e no coração, pela Palavra de Deus. Para novos tempos, novas formas de anúncio, tendo presente que o que conta é “santo poder do coração”.



Reflexão e trabalho de Grupos



Depois do almoço partilhado e bem preparado pela equipa da Missão de Santo André, reunimos em seis grupos para refletir um pouco, orientados pelas seguintes questões: Como se manifesta a crise de fé no meio em que vive? Quais são os sinais dessa crise? Tendo em conta as características fundamentais da catequese dos apóstolos, de que características se deve revestir o anúncio, a catequese do animador missionário? A fé é verdadeiramente a força transformadora da nossa vida, da minha vida? O que muda em quem tem fé? Perguntavam a Jesus: “ Que havemos nós fazer para realizar as obras de Deus?”

As respostas dos grupos, apresentaram conclusões comuns que passo a sintetizar: A crise de fé manifesta-se: pela ausência nas celebrações, nas catequeses, nos movimentos e nas vocações; pelo desinteresse pelas coisas de Deus, mesmo que se afirme que se acredita no Deus das coisas; pelo não investimento em matérias de fé; pelas manifestações de arrogância, vaidade, incoerência e dificuldade em assumir compromissos; pelo consumismo exagerado, pela falta de tolerância, pela falta do modelo de Cristo nas atitudes do quotidiano; Pelo relativismo extremo…cada um “é dono da sua fé”… Pela confusão em relação aos sacramentos…compram-se, mas não se vivem.



Pedagogia de Cristo e dos Apóstolos




O anúncio deve ser feito ao coração, usando a pedagogia de Cristo e dos apóstolos. Por isso requer: Obras, Verdade, humildade, coerência e consistência e deve ser modificador, testemunhal, respeitando os sinais do outro, mas acrescentando o sinal de Cristo Ressuscitado com luz, esperança e SOL.

A Fé muda tudo. Muda o olhar, o sentir e o fazer. Dizem que até muda a resistência à dor. Amar a Deus em primeiro lugar permite conseguir conciliar as tarefas da casa, da família, do trabalho com as “coisas de Deus” numa ligação de força, de crescimento, de entrega e de aceitação. Neste modo de ser e estar há mudanças para melhor nos contextos da vida familiar, social, profissional e relacional.



“Ir ao poço”…beber da fonte

Alguém que vive e celebra a fé, alimenta-a com sinais e atitudes: realizar as obras de Deus de forma “saborosa e brilhante” (não podemos deixar que o sal se torne insípido…); “Ir ao poço”…beber da fonte…beber de Deus, alimentar a fé, estando disponível e aberto para escutar e deixar que Deus entre no nosso coração; Trabalhar, não pelo alimento que desaparece, mas pelo que perdura…, ter como horizonte a eternidade; Crer que Jesus é palavra de Deus e se traduz no amor, no perdão e num projeto de vida global, abrangente que inclui a aceitação do outro com a misericórdia que permite ver Cristo “no outro”.

E assim, depois da conclusão e da síntese feita pelo Padre Álvaro Cunha, provincial dos padres vicentinos e membro da equipa missionária em Santo André, terminou este dia que foi um sinal mais neste nosso caminho de “aprendizes” de cristãos que querem abrir o coração e a razão à pedagogia de Cristo.



Maria Sebastiana Romana – Mértola

CDM/Beja


Santo André - Povo em caminhada



Partindo dos espaços exteriores da Igreja de Santa Maria - Vila Nova de Santo André, o povo de Deus reuniu-se e com o círio Pascal à sua frente deu início à vigília missionária do arciprestado de Santiago do Cacém. Os sinais alusivos à caminhada a percorrer nesta noite – um globo envolvido por faixas de várias cores e a barca – foram colocados em lugar de destaque, tornando presentes o Ano da Fé e a universalidade da evangelização.

A celebração, participada por algumas dezenas de pessoas de Santo André e de outros pontos do arciprestado, teve como texto base, a parábola do semeador. A proclamação e posterior reflexão apoiada por um powerpoint, desafiou os ouvintes a uma atitude efectiva de abertura à Palavra. Escutada, reflectida e assumida, a boa semente tem que ser partilhada. A leitura de Isaías, neste contexto e no contexto de início da Missão, deixava a pergunta no ar: “A quem hei-de enviar?”. A resposta do profeta, generosa e decidida “Eis-me aqui, podeis enviar-me!” tornou-se interpelativa e desafiante.

O testemunho da Irmã Celina Fraga, concretizou, na primeira pessoa, a escuta da palavra e a resposta pronta na entrega a Deus e aos irmãos, quer em Portugal, quer em Angola. A mensagem que no final foi entregue a todos, tornou-se anúncio e envio em missão.

Esta vigília missionária arciprestal foi a sexta e última na dinâmica proposta para o mês de Outubro. Foram momentos assumidos pelos grupos reunidos nos vários lugares e vividos com intensidade. Como experiência orante, a nível arciprestal, foram tempos fortes que devem ser continuados e incentivados para alargar horizontes e, como povo em caminhada, assumirmos cada vez mais, a nossa matriz missionária.



Chegou o dia


Vila Nova de Santo André viu chegar o dia da abertura da Missão Popular. Desde o início de Maio que a comunidade começou a preparar-se para este momento forte de evangelização. O pároco, P. António Novais, e uma equipa de colaboradores, através de vários meios e modos, foram preparando o terreno e procuraram encontrar locais e animadores para as assembleias familiares.

No passado domingo, na Eucaristia dominical, deu-se o envio dos missionários vindos de fora – padres Álvaro e Agostinho, irmãs Celina e Gorete e a leiga Joaquina Dias – bem como dos animadores e donos das casas. Após a escuta e reflexão da Palavra de Deus do XXXI domingo comum, fez-se a profissão de fé e invocação do Espírito Santo, e foi dada a cada missionário uma cruz, símbolo do envio.

O ofertório solene, com sinais e dons, ajudou a assembleia a interiorizar a mensagem e, também ela, a sentir-se enviada em nome do Senhor.

Á tarde, os missionários e o grupo dos animadores, tiveram um encontro de formação para preparar os temas que as assembleias familiares vão reflectir ao longo da semana: “A religião preocupa-nos?”, “Jesus, o Redentor”, “Nós, que acreditamos em Jesus, formamos uma grande família” e “Maria, Mãe da Igreja”. Ao longo de quatro noites, onze assembleias, abrem as portas para encontros de reflexão, partilha e comunhão.



“Ano da Fé e Missão”

Realizar-se-á, no dia 17 de Novembro, um sábado, das 10h00 às 17h00, o 5º Encontro de Formação para Animadores da comunidade. Integrado na Missão de Santo André, este tempo de formação, destina-se a todos aqueles que, nas suas paróquias e comunidades, assumiram a missão de animar grandes e pequenos, na catequese e em outros serviços, e querem aprofundar a sua fé para melhor servir. É um encontro de âmbito diocesano, com o tema “Ano da Fé e Missão” e que será orientado pelo Vigário Geral da diocese de Beja, Cónego António Domingos Pereira.

Encontrar-se com os outros, fazer caminho juntos, sentir-se a necessidade de crescer em sabedoria para melhor servir, são motivos importantes que devem levar à participação nestas acções de formação. O apelo e proposta estão feitos. Agora, falta responder.

Que todos se sintam desafiados a fazer a experiência de encontro, de descoberta, de missão!



P. Agostinho Sousa

CDM/Beja



No Dia Mundial das Missões

Vigília missionária de oração 
na Sé de Beja



De acordo com a iniciativa e calendarização elaborada pelo Centro Diocesano Missionário de Beja para o mês de Outubro, reuniu-se no sábado passado, dia 20 de Outubro, pelas 21 horas, na Sé de Beja, o Bispo de Beja com o Arciprestado da cidade, para uma vigília missionária de oração, organizada pela CIRP de Beja (Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal), subordinada ao tema da mensagem do Papa Bento XVI para o Dia Mundial das Missões deste ano,  “Chamados a fazer brilhar a Palavra da verdade” (cf. carta apostólica Porta fidei, 6).

O acontecimento reveste-se este ano de singular importância, como notou o D. António Vitalino na homilia, uma vez que no passado dia 11 ocorreu o cinquentenário do início do Concílio Ecuménico Vaticano II e a abertura do Ano da Fé pelo Papa em Roma, estando também aí a decorrer o Sínodo dos Bispos sobre a nova evangelização para a transmissão da fé cristã, ao mesmo tempo que se vai iniciar aqui em Beja, no próximo dia 1 de Dezembro, o primeiro Sínodo Diocesano, cujo lema é “A verdade te libertará”. Todas estas circunstâncias «concorrem para reafirmar a vontade da Igreja» a nível mundial «de se empenhar, com maior coragem e ardor, na missão ad gentes, para que o Evangelho chegue até aos últimos confins da terra» (Bento XVI, na referida Mensagem), e também a nível local, na nossa Diocese, para que o Evangelho seja transmitido e toque o coração dos nossos irmãos das nossas terras alentejanas, para que também daqui possam partir, como no passado, missionários para aquelas zonas da terra onde o nome de Cristo ainda não é invocado ou conhecido.

Tendo sido a primeira vez que se organizou a vigília nestes moldes, não compareceu um grupo tão numeroso quanto seria de desejar, talvez porque alguns grupos, comunidades e movimentos ainda não estão suficientemente despertados para a urgência da tarefa missionária, nem são sensíveis a esta dimensão fundamental da vida cristã. Apesar disso, estiveram presentes cerca de 60 pessoas, numa vigília, onde foram constantemente representados, através de pessoas, símbolos e gestos, os cinco continentes.

A vigília não só foi uma ocasião para acolher a Palavra e orar pelas missões, mas também para escutar o comovente testemunho da Ir. Maria de Lourdes Nogueira, Franciscana Missionária de Maria, que por cerca de trinta anos foi missionária em África, e, de modo particular, em Angola, no meio da guerra civil, durante a qual passou pela experiência do cativeiro pelas forças da Unita, tendo sempre experimentado a presença e o encontro diário com Deus, através da Eucaristia, mesmo no meio do mato.

A celebração concluiu com o envio missionário de todos os presentes, pedindo-se na oração final que «a oração pela missão, a dedicação ao anúncio do Evangelho e o apoio à Igreja missionária continuem presentes hoje e sempre, na vida de cada batizado e de cada comunidade cristã».

Fr. Pedro Bravo, O.Carm.

“Permaneçamos firmes na profissão da nossa fé”! (Hb 4, 14)
Com a mensagem de Bento XVI, para o Dia Mundial das Missões “chamados a fazer brilhar a Palavra da verdade” e com o apelo veemente da carta aos Hebreus, da liturgia do vigésimo nono Domingo comum “permaneçamos firmes na profissão da nossa fé”, somos desafiados a viver a nossa identidade missionária, na vida de cada dia, em cada espaço e situação, imitando Cristo servo, tornando-nos discípulos do Mestre, deixando-nos inspirar por Ele, ao ponto de nos configurarmos com Ele, no serviço.
No Ano da Fé, iniciado há poucos dias, num Sínodo diocesano a dar os primeiros passos, temos pela frente, apelos e propostas para uma caminhada intensa de amadurecimento da fé, de testemunho constante e permanente de um estilo de vida próprio de quem acredita, de quem está impregnado pela força do Espírito. Dar-se, servir, partir, ir ao encontro, é caminho a percorrer, é meta a alcançar, é pôr em prática o lema: “Vive a Missão, transmite a Fé!”

Vigílias Missionárias
Muitas formas e modos foram encontrados para se viver o Dia Mundial da Missões na nossa Diocese. Além de encontros de reflexão, na noite de sábado, houve vigílias missionárias de oração, a nível dos arciprestados de Beja e Odemira.
Aqui, muitas dezenas de pessoas, das paróquias desta vila, mas também de S. Teotónio, Colos, Sabóia e de outras localidades próximas, responderam ao apelo lançado e, com muitos homens e mulheres do mundo inteiro, estiveram em comunhão de reflexão e oração, pela missão e pelos missionários. A luz, a Palavra, a tenda, a barca, a água, as cores, o canto, o silêncio, os testemunhos foram sinal e símbolo de uma só fé no mesmo Senhor, que a todos ama e envia.
No final, após a bênção dada pelo arcipreste, foi entregue a todos, como sinal de envio, uma mensagem, um pequeno papiro, com frases da mensagem de Bento XVI e com um apelo insistente: “Sê missionário, espalha a Boa Nova”! Depois de lida e assimilada a mensagem, cada um ficou mandatado para a entregar este papiro a outra pessoa que, por sua vez, a transmitia a mais pessoas. Era uma pequena chama a iluminar mais corações, mais vidas.

Anúncio da Missão em Odemira e Boavista dos Pinheiros
No contexto do Dia das Missões e da dinâmica missionária da Diocese, as paróquias de Odemira e suas localidades vão viver um momento forte de Missão: em Odemira será de 11 a 24 de Março e em Boavista dos Pinheiros, de 05 a 19 de Maio.
Nas Eucaristias foi feito o Anúncio deste momento de graça. Num e noutro local, a Assembleia acolheu a mensagem, rezou pela Missão e, em encontros separados, reuniu-se para conhecer melhor o caminho a fazer, o terreno a desbravar, a dinâmica a imprimir, quer neste tempo intenso de preparação que antecede os quinze dias da missão, quer na vivência da pós-missão.
A equipa responsável, os animadores das assembleias, os donos das casas, os visitadores são elementos importantes neste tempo de preparação e por isso ficaram marcados mais cinco encontros para formação, com várias temáticas: o que é a Missão, os ministérios na comunidade do Novo Testamento; a Igreja, comunhão e ministérios; a Missão, seus ministros e ministérios; o Animador, ministro da Palavra. Além da formação, haverá um grande caminho a fazer, desde a divulgação porta a porta à calendarização de acções concretas nas várias áreas e para as diferentes idades ou compromissos.
O dia das Missões, nas paróquias de Santa Maria e do Salvador e na comunidade da Boavista dos Pinheiros foi um dia marcante, cheio de desafios e propostas. A oração pessoal e comunitária, a disponibilidade e entrega de todos farão com que, por terras do rio Mira, se torne bem visível o lema deste dia: “Vive a Missão, transmite a Fé!”
P. Agostinho Sousa
CDM/Beja

Animação Missionária

A Missão e as Missões





Estamos em pleno mês missionário, e no dia 11, em Roma, começa o Sínodo dos Bispos sobre “A nova Evangelização para a transmissão da fé”, no contexto da celebração dos 50 anos do concílio Vaticano II. Este tempo histórico, lufada de ar fresco para a Igreja, como passou a ser chamado, ofereceu ao Povo de Deus, grandes documentos, que fizeram ir à fonte e apontaram caminhos novos para a evangelização, para que a Igreja fosse fiel ao mandato inicial: “Ide e ensinai a todas as nações; baptizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-as a observar tudo o que vos mandei. Eis que estou convosco todos os dias, até ao fim dos tempos” (Mt 28, 19-20).

O mesmo Espírito que acompanhou os Apóstolos, foi o mesmo que soprou no Concílio Vaticano II e é o mesmo que está connosco e nos impele a evangelizar, a levar Cristo a todos os povos e a transformar este cenário preocupante em que vivemos, mas que pede, com urgência, à Igreja presente na cidade dos homens uma nova cultura de evangelização. Nas comunidades cristãs primitivas, o termo «Evangelho» é um nome de acção e não de estado, significa «anunciar a notícia feliz da Ressurreição de Jesus», pelo que não pode ser confundido com um livro colocado na estante que gera vidas colocadas na estante; «Evangelho» significa então «evangelização», e evangelização implica movimento e comunicação, e requer tempo, formação, inteligência, entranhas, mãos e coração” (Carta dos Bispos de Portugal, Para um rosto Missionário da Igreja – 2010, nº 3).



A proclamação da Boa Nova continua a ser o melhor serviço da Igreja

O Papa Bento XVI, no nosso país, no Porto, lançou-nos um desafio e traçou-nos um caminho, dizendo que “ser cristão é viver um encontro decisivo com a Pessoa de Cristo e que a Missão não se baseia em ideias nem em territórios, mas «parte do coração» e dirige-se ao coração, uma vez que são «os corações os verdadeiros destinatários da actividade missionária do Povo de Deus» (Carta dos Bispos, nº 5).

João Paulo II, na Carta Redemptoris Missio (1990), escreveu: «O que me anima mais a proclamar a urgência da evangelização missionária é que ela constitui o primeiro serviço que a Igreja pode prestar ao homem e à humanidade inteira, no mundo de hoje, que, apesar de conhecer realizações maravilhosas, parece ter perdido o sentido último das coisas e da sua própria existência». Neste contexto, a proclamação da Boa Nova a todos os povos e em todas as culturas continua a ser o melhor serviço que a Igreja pode prestar às pessoas” (Redemptoris Missio, 2).



Mudança do nosso modo de dizer-se cristão

A Igreja local é o sujeito primeiro da missão, deve ter o seu centro na comunicação da fé e no primeiro anúncio como sinal da sua fecundidade e fidelidade à sua própria origem e nascimento histórico: Igreja em estado de missão. A missão está no âmago da Igreja, deve co-responsabilizar todos os seus membros. Não há missão eficaz sem um estilo de comunhão. É, portanto, urgente que a Igreja local se organize numa vasta rede de ministérios em verdadeira comunhão, uma vez que «a comunhão e a missão estão profundamente ligadas entre si (…): a comunhão é missionária e a missão é para a comunhão» (Carta dos Bispos, nº 16).

Em Outubro de 2008, D. António Vitalino, nas suas notas semanais, e com o título “Beja, abre-te à Missão”, afirmava: “A Igreja é essencialmente missionária. E nós, clero, consagrados e leigos, também teremos de o ser, de acordo com a vocação de cada um, para sermos, não apenas de nome, cristãos e discípulos. Com S. Paulo, teremos de nos converter a Cristo e ao testemunho. Ai de mim se eu não anunciar o Evangelho! (1 Co 9, 16). Esta motivação e urgência, temos de a partilhar e tornar viva na diocese, nas comunidades paroquiais, serviços e movimentos, pois a messe é grande e os trabalhadores são poucos...”.

Há cinco anos, lançou um grito, um desafio, que repetiu agora, ao convocar a Diocese para o seu 1º Sínodo, aquando da celebração do Dia diocesano, ao colocar uma pergunta fundamental: “Como tornar-se discípulo e missionário de Jesus Cristo?”



Acordemos para a missão

Nessa altura, o nosso bispo, escrevera: “A falta de alegria, de identificação e de entusiasmo da nossa Igreja de Beja e das nossas comunidades tem a sua origem na ausência do espírito missionário, no individualismo crescente e consequente recusa de partilhar a fé e disponibilizar-se para colaborar na transmissão da mesma fé. Por isso, deixo aqui este veemente apelo a todos: acordemos para a missão, para a alegria da nossa identidade e pertença a Cristo, para a esperança que nenhum poder deste mundo nos pode arrebatar, se fundada na adesão a Jesus, à sua boa nova e testemunhada na família, na escola, na sociedade, nos locais de trabalho e de lazer. Por isso desafio a todos os diocesanos, para entrarmos na escola de Jesus, na escuta e meditação da sua Palavra, na transmissão da fé às crianças, aos jovens, aos adultos afastados dessa escola (por exemplo, nas assembleias familiares), aos doentes, aos deprimidos e solitários. Vamos contribuir para a construção da esperança radicada na fé e no amor a Cristo e aos irmãos. Não é preciso fazer muitas coisas. Basta alimentar-se da Palavra do Mestre, receber os seus dons na oração e na Eucaristia dominical e testemunhar a alegria de sermos seus discípulos e missionários, enviados aos esfomeados e mendigos do amor e da esperança”.

Na sua última crónica, D. António, aviva a memória e impele-nos a sermos missionários, uma vez mais, ao dizer: “a Igreja e todos os cristãos têm de ser missionários, embora de modos diferentes. Ardendo de amor e zelo por Jesus Cristo, temos de entrar nos raios de amor que brotam do seu coração para a salvação de todos os filhos de Deus. Assim lanço o apelo a todos, para que sejam missionários. Não ocultem a luz da fé recebida. Façam-na brilhar cada vez mais, sem medo nem respeitos humanos, para que os homens, que ainda não acreditam, vendo as nossas boas obras, a nossa oração e o nosso amor, glorifiquem a Deus e também irradiem a luz recebida, para que ninguém fique às escuras, envolvido nas trevas do mundo, que não deixam ver o caminho e o sentido da vida”.

A Missão é sempre Boa Nova, feliz notícia, força que transforma e revitaliza, transfigura e faz reavivar o dom que estás em nós (2ª Tim 1, 6-10), esse dom gratuito que pela acção do Espírito nos leva a participar no projecto de Deus, com coragem, amor e sabedoria, garantindo o discernimento sobre o testemunho de Jesus Cristo e como concretizá-lo dentro de novas situações históricas.



    Missões Populares e Vigílias de Oração


Conforme já foi noticiado, os vários Arciprestados estão a viver as Vigílias Missionárias de Oração e muitas paróquias se reúnem, todos os dias, para encontros de oração, neste mês do Rosário e missionário.

Também, em várias paróquias, é feito o anúncio da Missão Popular. Nos dias 6 e 7 foi em S. João de Negrilhos (Aljustrel) e nos próximos dias 20 e 21, será em Boavista dos Pinheiros e em Odemira, iniciando-se, deste modo, uma caminhada de seis meses de preparação, com reuniões temáticas e preparação de Animadores.

Vila Nova de Santo André, que vai viver o tempo forte da Missão na 1ª quinzena de Novembro, está a preparar-se intensamente para este acontecimento. A visita porta a porta, os contactos pessoais e o apelo à participação, para além da oração e da programação, são os desafios que se vivem neste momento. Tentar chegar a todos, aos diversos bairros e às famílias é tarefa árdua e difícil; a generosidade e disponibilidade de um grande número de cristãos que está envolvido na preparação da missão, fará com que a mensagem chegue a todo o lado.

A equipa missionária será constituída por dois sacerdotes (vicentinos), duas religiosas (do Espírito Santo e do Bom Pastor) e dois leigos (de Santa Luzia e de Santiago do Cacém).



P. Agostinho Sousa/CDM-Beja


FORMAÇÃO DE ANIMADORES – CASTRO VERDE




O Arciprestado de Almodôvar promoveu o 4º Encontro de Formação de Animadores da Comunidade, no passado sábado, em Castro Verde, no Fórum Municipal. Esta reunião, vem na sequência de outras que já aconteceram nos Arciprestados de Odemira e de Santiago do Cacém e procuram ser uma resposta próxima para todos os que, nos mais diversos serviços das comunidades, têm consciência da dimensão missionária da Igreja.
A Carta dos Bispos Portugueses “Para um rosto missionário da Igreja, em Portugal” serviu de mote para a reflexão. Animou o encontro o P. Álvaro Cunha, provincial dos Padres Vicentinos que, ao longo de três horas percorreu os vários números deste documento, interpelando a assembleia e fazendo propostas para a vivência deste documento, tendo sempre como exemplo e modelo Jesus de Nazaré: “Como eu vos fiz, fazei vós também”.
Ao longo da exposição esteve patente um outro documento da igreja portuguesa “Repensar juntos a pastoral”, bem como a temática do próximo Sínodo dos Bispos “A nova Evangelização para a transmissão da fé cristã”.

Chamar pelo nome
O conferencista sublinhou vários aspectos: “O Bom Pastor “chama”. É ele quem vem ao encontro de cada um onde quer que se encontre. Aquele que escuta a Sua voz e se sente interpelado não deixa de fazer aos outros o mesmo convite de Jesus: “Vinde e vede!” (Jo 1,39. Cada um encontra-se “chamado pelo seu nome”. Trata-se de um “conhecimento recíproco”. Face a uma sociedade favorável ao individualismo, ao anonimato e à etiquetagem numérica das pessoas, é nossa missão promover a pessoa no seu todo para que se sinta parte integrante de uma comunidade. O Bom Pastor caminha “à frente” das ovelhas.”
Referiu ainda que “a missão leva-nos a “saber aproveitar todas as oportunidades, mas também a saber provocá-las, e lançar mão de capacidades e aptidões, e a saber cultivá-las, para oferecer o Evangelho ao nosso mundo” (26), e que “o Bom Pastor ao dar a vida pelas suas ovelhas, nos deixou o melhor exemplo”. “É um ideal nobre que urge e exige de nós a entrega da nossa vida”.
Para tal, afirmou que “é tarefa do Centro Missionário Diocesano ser “o propulsor da consciência e do empenho missionário da Igreja Diocesana, ajudando-a a viver a sua identidade missionária traduzida no empenho específico do anúncio do Evangelho a todas as pessoas, em toda a parte e imprimindo uma dinâmica missionária a toda a atividade diocesana” (21).

Desafios e caminhos


Em jeito de conclusão e apontando caminhos, o P. Álvaro desafiou os presentes, ao dizer: “O Bom Pastor tem “ainda outras ovelhas que não são deste redil”. A vocação missionária impele-nos a contactar com todas as pessoas que procuram Deus e também com todas aquelas que não pertencem a nenhuma comunidade de fé, empenhando-nos com paixão na chamada primeira evangelização e na “nova evangelização”. “É imperioso constituir, preparar e formar grupos consistentes de evangelização, que no coração do mundo, sintam a alegria de levar o Evangelho a todos os sectores da vida, desde a família, à escola, ao trabalho, aos tempos livres, à solidão, à dor”, pois “cada Igreja particular é responsável de toda a missão” (17).
Participantes
D. António Vitalino presidiu ao encontro e trouxe consigo o cónego Álvaro Soares e o seminarista Luís Taborda Fernandes. Fez a meditação durante a oração inicial, aludindo à dimensão missionária da Igreja, ao Sínodo dos Bispos sobre a “Nova Evangelização” e ao Sínodo Diocesano, incentivando os presentes ao testemunho da fé, com alegria e sem medos. Os Padres Hugo (Castro Verde), J. Valente (Almodôvar), Paulo do Carmo (Aljustrel) e Sousa Marques (Mértola) e o Diácono Permanente José Inácio (S. Teotónio), marcaram presença e trouxeram consigo mais de meia centena de animadores da comunidade que, com atenção, interesse e intervenções motivadas pela exposição do tema, deram à assembleia um tom vivo e dinâmico.
O grupo das comunidades de Mértola animou os tempos de oração, quer no início quer no final do encontro. O Centro Diocesano Missionário deu a conhecer as acções para o ano pastoral 2012-2013, a começar pelas vigílias missionárias de oração, em cada arciprestado. A vigília no Arciprestado de Almodôvar será a 27 de Outubro, na igreja de Aljustrel. Foi ainda comunicado que a 28 de Outubro, dia do encerramento solene do Sínodo da Nova Evangelização, na vila de Almodôvar, será realizado um Dia Missionário Diocesano, para o qual se convida todas as comunidades. Falou-se das Missões Populares, das férias missionárias, da jornada missionária nacional, em Fátima e de um levantamento que se pretende fazer para se conhecer os missionários oriundos da Diocese.
O calor e as distâncias foram vencidos com a presença, empenho e alegria destes homens e mulheres que se sentiram motivados pelos apelos feitos e que querem dar à Igreja, um rosto missionário.
P. Agostinho Sousa
CDM/Beja





Animação Missionária

Ser Visitador é viver a Missão
Na Missão Popular há vários agentes: O pároco, a equipa responsável, os animadores das comunidades, os donos das casas, a equipa missionária e um sem número de pessoas que, dia a dia, vai pondo em prática o mandamento do Mestre: “Como Eu vos fiz, fazei vós também” (Jo 13, 14). Entre as muitas acções da Missão, há a destacar a visita aos doentes, sozinhos e fragilizados. Nesta tarefa, além dos missionários, há pessoas que os acompanham neste serviço. Após a Missão, com outras pessoas, propõem-se continuar este trabalho, importante e necessário, nas comunidades, formando um grupo de visitadores de doentes. É uma riqueza e um desafio, é ir ao encontro e ser próximo daqueles que esperam uma palavra, um sorriso, uma presença amiga.
Ser visitador é viver, no concreto, a Missão, pois a caridade é um dever para quem procura pôr em prática o mandamento novo: “Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei”, com todas as suas consequências, aceitando os outros como irmãos e vendo naqueles que sofrem a imagem do próprio Cristo. É que “não há maior prova de amor do que dar a vida”, ou seja, estar ao serviço gratuito e desinteressado dos outros.

Tende confiança
O plano pastoral para 2012-2013 para a nossa Diocese, e que está a ser estudado pelos Conselhos Pastoral e Presbiteral, tem como lema: “Tende confiança!”
Entre as várias linhas de acção podemos encontrar estas: “Criar e formar grupos sócio caritativos em todas as Paróquias, atentos aos pobres, doentes, sozinhos e fragilizados, seguindo a dinâmica evangélica e missionária”; “Intensificar a ligação da Palavra de Deus e das comunidades celebrantes com os pobres, os doentes, os idosos, os sozinhos e fragilizados, tornando-os presentes na oração comunitária e enviando a partir dela os serviços que deles se ocupam: ministros extraordinários da comunhão, grupos sócio caritativos, grupos de visitadores de doentes e movimentos”. Além de outras formas de viver e testemunhar a fé, estas linhas de acção são um autêntico desafio e um caminho a percorrer.
Quem se dedica ao próximo, sem exigir quaisquer contrapartidas, procura ainda ser fermento de uma acção social e caritativa que se compromete com a justiça e as suas mediações, no sentido da não resignação com o ‘status quo’, mas investindo nas alterações estruturais positivas, sem deixar de apelar à compaixão, à generosidade e à gratuitidade, tendo o amor como alicerce seguro. O visitador vive e alimenta-se numa comunidade paroquial. Dedicar-se ao próximo, procurar a realização pessoal passa, essencialmente, pela partilha de gestos de fé.


Ser Visitador, uma Missão
Ir ao encontro, ser próximo, estar disponível e ter alma de voluntário é, pois, indispensável à vida, porque possibilita a interiorização das contingências humanas; contribui para evitar maiores desigualdades; dá sentido à vida e co-responsabiliza. Pode ser ainda, um meio eficaz para a transformação da sociedade, na medida em que derruba barreiras de estatutos sociais e outros; humaniza relações; tem como referência um modelo diferente de sociedade e esforça-se por tomar iniciativas pioneiras.
Esta acção missionária, no espírito da caridade cristã, pertence à natureza e exprime irrenunciavelmente a própria essência da Igreja (Deus Caritas est, nº 22). “Os cristãos estão conscientes de que o serviço fraterno constitui, ao lado do anúncio do Evangelho e da celebração da fé, uma dimensão fundamental da vivência em Cristo. Por isso, as dimensões para este serviço são: Proximidade: o cristão assume um ‘coração que vê’ e aproxima-se de cada pessoa necessitada; Universalidade: vive-se na catolicidade da Igreja a atenção global às situações que não conhecem fronteiras; Radicalidade: o modo de actuar do cristão passa por ir às raízes, ou seja, às causas das diversas situações; Gradualidade: saber usar as capacidades para adequar as excelentes soluções às possibilidades existentes, sem renunciar às etapas que abram caminho a novo futuro” (Pastoral da Saúde).
A criatividade do amor aplicará, em cada circunstância, os apelos de Jesus: “Como Eu vos fiz, fazei vós também” (Jo 13, 14). Quebrar rotinas, afastar obstáculos, envolver novos elementos, convocar à volta de vias simples e eficazes do bem será serviço à cultura da dádiva.


Envio de Grupo de Visitadores
Desde Setembro passado que um Grupo de pessoas de Santiago do Cacém, se congregou, com um objectivo: visitar os doentes, fragilizados e sozinhos. Durante os últimos meses fizeram uma preparação cuidada para esta missão. No passado sábado, na Eucaristia vespertina, os 28 Visitadores de Doentes, foram enviados em missão. Após o encontro com a Palavra e o Pão da Vida, partiram ao encontro de Cristo, presente nos irmãos: “Tudo aquilo que fizestes ao mais pequeno dos meus irmãos, a mim o fizestes!” (Mt 25, 40)
Até Outubro, os visitadores, no terreno, farão o porta a porta, irão ao encontro, procurarão tornar presente e visível a acção da Comunidade. Passado esse tempo, fazendo um balanço do trabalho realizado, continuarão a formação específica, com a colaboração e presença da Cáritas, para melhor poderem servir.

P. Agostinho Sousa


A Missão começa aqui ao lado

Santíssima Trindade. Deus-Amor. Jornada Mundial das Famílias. Profissão de Fé. Muitos eram os motivos para fazer deste dia 3 de Junho, um domingo cheio e em cheio. Em Santiago de Cacém, foi o fim-de-semana da Santiagro, espaço e tempo para encontro, festa e lazer. Todavia, além de tudo isso, um pequeno acontecimento deu cor, beleza e vida à solene Eucaristia dominical da Igreja Matriz, centro de arte, de história e memória: a Comunidade do Bairro 6 de Maio, de Lisboa, rumou até à cidade de Santiago, em convívio anual e celebrou connosco a mesma fé em Deus, Trindade Santa
A celebração, presidida pelo P. Manuel Nóbrega, vicentino, foi animada pela Juventude Mariana Vicentina e a Comunidade cabo-verdiana acrescentou a beleza da dança e a espiritualidade da música e do canto. A apresentação da Palavra, a adoração à Eucaristia e a luz da Graça, foram momentos que encheram o olhar e calaram fundo no coração.
O tema da sua caminhada anual é a Esperança. Uma animadora, em nome da Comunidade, deu um testemunho vivo e interpelativo, expressando o sentir de um povo que vive uma fé centrada na pessoa de Jesus Cristo, única esperança. Tal testemunho foi traduzido em imagem, no momento do ofertório, quando, a partir da frase bíblica “quando virdes a figueira florescer …” (Mt 24,32), se fez todo o processo de plantar, cuidar, regar a planta, esperando o fruto saboroso, a chegada do reino.
Momento celebrativo, carregado de simbolismo e beleza, os quais transportaram para a partilha e o convívio que se prolongaram pela tarde fora e para o regresso à vida de cada dia.

Bairro 6 de Maio, onde fica e quem lá vive
Sempre que precisam de um pouco de apoio ou de esperança, as muitas centenas de famílias viram-se para o Centro Social Bairro 6 de Maio. Este é um projecto missionário das Irmãs Dominicanas do Rosário que, viveram em barracas, e agora moram mesmo ao lado do povo, numa casita simples.
6 de Maio é um Bairro, que fica junto à Estrada Militar que divide Lisboa da Amadora, e que funciona um pouco como uma fronteira entre dois mundos. Há cerca de duas décadas que se foi espraiando, clandestinamente, por sobre uma lixeira, à medida que a imigração cabo-verdiana ia engrossando. Ali perto, nasceram mais dois bairros: o bairro das Fontainhas, esmagadoramente habitado por gente vinda de Cabo Verde e o bairro Estrela de África, um nome que espelha uma mescla e um movimento migratório mais recentes: ali há também angolanos, são-tomenses, guineenses; e, inclusivamente, uma grande comunidade muçulmana.
A fazer a ponte entre os prédios europeus e as construções improvisadas existe um pequeno enclave de ordem e brancura, onde correm crianças com sorrisos cheios de sol. A modesta e calorosa ilha de solidariedade, chama-se Centro Social Bairro 6 de Maio. Um nome que é em si um programa.
Mal chegaram, as irmãs saíram da sua comunidade e puseram-se a visitar as casas da vizinhança, para fazerem um estudo. Encheram uma pilha de fichas, mas, entre tanta carência e ilegalidade, naturalmente geradoras da desconfiança e medo, nunca conseguiram fazer um levantamento exaustivo dos vizinhos. Mas eram uns milhares de famílias.
Num local em que faltava tudo, desde água e luz a todo o tipo de infra-estrutruras, uma primeira necessidade saltou à vista: organizar as pessoas em comissões de moradores. E como a primeira reunião de uma comissão aconteceu no dia 6 de Maio, assim se passou a chamar o novo bairro e o Centro, o que mostra bem a importância dos laços assim criados. Aliás, por aquelas bandas, há um forte sentimento de pertença e entreajuda, de comunidade (à medida que foram chegando, os cabo-verdianos foram-se «arrumando» por ilhas: no Bairro de 6 de Maio moram sobretudo os que vieram de Santiago).

Espaço de Missão permanente
Faz agora 13 anos que os Padres Vicentinos estão a colaborar com a Missão nestes Bairros. Tudo começou com um pedido que lhes foi feito para que se fizesse uma Missão. Foram apresentadas as razões, a partir das quais se elaboraram os objectivos da mesma.
Quando a “Missão” se iniciou, existiam os Bairros das Fontainhas, o Bairro Novo, o Bairro 6 de Maio e a Estrela d´África. Hoje existem, somente, os dois últimos e um pouco mais reduzidos, devido à transferência de muitas famílias para outras zonas da cidade, em virtude da libertação dos terrenos ocupados para neles se construir novas infra-estrutruras.
Estes Bairros são clandestinos, com um tipo de habitação muito precária, cuja estrutura física facilita e origina o surgir de ‘ghettos’ e são habitados, quase 100%, por uma população oriunda de vários Países de África, especialmente de Países de expressão portuguesa.
O empenho, dedicação e entusiasmo com que todos – padres e seminaristas, irmãs, pessoas do Bairro e amigos - se envolveram na preparação e na concretização dos primeiros passos da Missão, foi mesmo muito intenso e marcante, deixando muito boas recordações e experiências. A partilha do que se viveu, por ocasião das visitas às Famílias; as muitas celebrações bonitas, participadas e festivas; a experiência de trabalho feito em equipa; o entusiasmo dos grupos de vizinhos, pelo menos 8, que se criaram; a participação em celebrações, festas e momentos significativos dos Bairros, as amizades que nasceram, são “marcas” que não se esqueceram.
A parte da Missão que foi iniciada, em conjunto com os Padres Vicentinos, tem-se mantido, sobretudo devido à presença perseverante do Padre Nóbrega. Todos os anos o “Grupo coordenador” reúne-se várias vezes, para reflectir, rezar, planificar, preparar as diferentes celebrações e para avaliar. O tema escolhido para a vivência deste ano é “Caminhar na Esperança”.
Ao longo dos anos, muitas têm sido as actividades: A Celebração da Eucaristia, nalgumas das casas dos Bairros, tem sido, ao longo dos anos, uma prática que muito tem contribuído para se viver momentos fortes e intensos de Fé e de partilha, de evangelização, de encontro de familiares, amigos e vizinhos. As reuniões, os momentos de oração, a catequese, a formação bíblica são tempos que, aliados às respostas de cariz social vão dando a toda esta gente motivos para acreditar no amor, na dedicação, na entrega generosa das Irmãs.
Muitas e muitas vezes os frutos desejados não são tão visíveis e, com frequência, parecem inexistentes, mas a persistência, a confiança e a esperança exigem sempre e cada vez mais continuar, apostar, tentar encontrar caminhos novos e criativos.

P. Agostinho Sousa

Nós na missão

Testemunho
Desde há muito tempo que eu tinha interesse em descobrir o que era viver a “Missão”. O primeiro contacto que eu e a minha esposa tivemos foi vivido há cerca de quatro anos numa Missão Popular, em que fomos Animadores de Assembleias Familiares, em S. Teotónio em 2008. Aí tivemos uma experiência positiva e desafiadora.
Em Novembro de 2011, tive a alegria de ser chamado a fazer parte dum grupo de Animadores da Missão (doze, ao todo) que, durante cerca de seis meses, recebeu formação em Santiago do Cacém e em S. Teotónio. Foram coordenadores deste tempo de formação os Padres Agostinho e o Padre Abílio e o objectivo era a participação activa na Missão na Paróquia de S. Teotónio (a ser feita, por zonas/aldeias) e a formação do Grupo Missionário Paroquial.
A primeira Missão aconteceu na quinzena de 15 a 28 de Abril, em S. Teotónio, mais propriamente, nas Aldeias do Malavado e da Azenha do Mar. Aí tive oportunidade de dar o meu modesto contributo na animação das catequeses da Missão e na animação das celebrações que aconteceram nas duas localidades. Para mim, foi uma experiência muito enriquecedora. No decurso desta Missão fui desafiado a participar na Missão do Cercal. O convite estendeu-se à minha esposa, Nélida. Após reflexão a dois, decidimos dar o nosso sim e dar um testemunho missionário, em casal.

Missão no Cercal

A 12 de Maio, deixamos a nossa casa e os nossos afazeres diários e partimos para o Cercal do Alentejo. Estivemos lá de 13 a 27 de Maio, o tempo da Missão.
Desta vez, a realidade local foi outra e a experiência foi também nova, uma vez que fazia parte da Equipa Missionária. Aqui comecei a exercer a minha missão como Diácono Permanente, recém-ordenado, em Beja, a 1 de Maio.
Fui para o Cercal acompanhado com minha esposa Nélida e pela irmã Gorete da Comunidade das Missionárias do Espírito Santo, da Zambujeira do Mar. Lá, encontramo-nos com o P. Agostinho que coordenou a Equipa nestes dias de Missão. Além do P. pires Soares, estiveram envolvidos na Missão e nela colaboraram alguns elementos do Cercal do Alentejo, o que muito nos ajudou no terreno.
Hoje, terminada a missão, sentimos que o trabalho ali desenvolvido foi muito positivo, a equipa criou laços de amizade, entre si e na própria comunidade e deixou o fermento a levedar. Esperamos que cresça depressa! Sentimos que a população nos recebeu com muito carinho e pareceu-nos estar receptiva para um trabalho continuado que, em nossa opinião, é necessário. É urgente continuar a missão no Cercal.
As altas temperaturas que se fizeram sentir nos dias do início da missão não nos demoveram da nossa vontade de comunicar com a população: visitar os doentes, as Escolas, os Bombeiros, os Centros de Dia. Era tempo de evangelização não só na Vila do Cercal mas também nas aldeias da mesma paróquia, tal como, a Sonega e a Aldeia do Cano. Além do contacto pessoal, levámos a imagem de Nossa Senhora de Fátima, e promovemos uma Procissão de Velas, em cada uma delas. Naquelas terras, mesmos os mais velhos, não tinham memória de um momento destes. A adesão ao encontro da tarde e a esta manifestação pública de fé, excedeu as expectativas. Entendemos esta resposta das populações como sinal de urgência de evangelização e de presença e tal acontecimento abre caminho para um primeiro anúncio.

Oração e missão, em casal

Houve, realmente missão no Cercal do Alentejo. A missão teve o seu ponto forte nas celebrações que se realizaram todos os dias, na Igreja, com temas diferentes, os quais eram vividos após a oração do terço ou integradas no mesmo. Outro momento forte foi a oração diária. A visita do Bispo a instituições e a doentes bem como a celebração do Domingo de Pentecostes presidida por ele, foram momentos que tocaram as pessoas e a comunidade.
Queremos deixar aqui um pequeno testemunho do que foi a nossa modesta participação na missão no Cercal do Alentejo e o que a mesma significou para nós. Nesta missão sentimos que, para além do trabalho junto das populações, a nossa fé saiu fortalecida. Foi muito importante ainda o convívio entre os elementos da equipa e o trabalho em grupo. Para nós casal, a presença e a companhia de ambos, permitiu a partilha das experiências, vivências e situações vividas diariamente. Saímos mais enriquecidos.
Esta foi uma grande oportunidade que Deus nos deu para contactar com realidades novas e aprender, aprender, aprender. A experiência dos contactos com as pessoas foi para nós, muito importante, para além do tempo de oração que pudemos partilhar com quem nos acompanhou.
(Diácono Permanente José Inácio e Nélida Fernandes)




Viver a Missão

Testemunho

De 13 a 27 de Maio, mês de Maria, a primeira evangelizadora da humanidade, decorreu a missão Popular no Cercal do Alentejo. A equipa missionária era constituída por quatro pessoas: Pe. Agostinho, vicentino; Irmã Gorete, espiritana, e um casal de S. Teotónio, Diácono José Inácio e sua esposa, Nélida.
Chegados ao Cercal, no dia 12, fomos bem acolhidos pelo Pároco, Pe. José Pires Sores, e integramo-nos no esquema da paróquia, participando no terço que, diariamente, pelas 20:30 se rezava na Igreja. No fim da oração, tivemos um pequeno encontro com as pessoas, procurando, com elas preparar o início da Missão.
No Domingo, 13, dia de Nossa Senhora de Fátima, tivemos a Eucaristia do Envio dos Missionários e da Equipa de apoio de Cercal. Esta gente muito colaborou connosco no terreno, sobretudo, na visita aos doentes e idosos. À noite, rezamos o terço com os pastorinhos e cada pessoa ofereceu a nossa Senhora um ramo de flores.

A Missão esteve na rua
A primeira semana da missão teve como tema geral, a Vida, dom oferecido e partilhado gratuitamente ao serviço do Reino. A segunda, foi dedicada ao Espírito Santo, que é o protagonista da missão. O enceramento deste tempo forte da Missão deu-se no dia de Pentecostes com o Pastor da nossa Diocese, D. António Vitalino, a presidir à Eucaristia e ao almoço-convívio com as famílias. Na manhã do dia 25, o senhor Bispo marcou presença e visitou os Bombeiros, a Casa do Povo (Centro de Dia) e alguns doentes e idosos.
Diariamente tivemos a oração de Laudes com a exposição do Santíssimo, rezando pela missão e sentíamos a presença de muita gente a rezar connosco, como foi o caso das crianças da catequese de Mértola.
Fazia parte da agenda diária o estar no terreno, no porta a porta, visitando doentes, idosos; escolas primárias e secundária, indo ao encontro das crianças, adolescentes e jovens que são o futuro da Igreja e da sociedade! Diariamente, na igreja, havia as grandes celebrações temáticas sempre animadas e bem participadas.
Fomos ainda à Sonega e à Aldeia do Cano, com o mesmo objectivo. Nestas duas aldeias mais afastadas do centro, houve, para além da visita dos missionários e contacto com as populações, também a visita da imagem de Nossa Senhora de Fátima, com Procissão de Velas. As pessoas fizeram um bom acolhimento e estavam muito entusiasmadas e felizes. Disseram-nos que foi a primeira vez que se fez uma procissão naquelas pequenas terras.

Igreja Missionária

“A identidade da Igreja é evangelizar” (Paulo VI). Esta preocupação é uma urgência e uma prioridade da Diocese de Beja. O nosso Bispo, assumiu esse desafio e quer ver a Diocese, envolvida na dinâmica da “nova evangelização” (Bento VI), reavivando a nossa fé e partilhando-a com todos, no anúncio directo e indirecto da Boa Nova da Salvação. Para melhor dar resposta à esta dinâmica, D. António Vitalino, criou um Centro Missionário Diocesano com o objectivo primordial de coordenar as missões nas paróquias, vivendo um “novo ardor missionário e comprometido”. (João Paulo II).
Estou há 7 meses em Portugal, mais concretamente no Alentejo (paróquia S. Teotónio). É a segunda vez que participo numa Missão. A primeira foi em S. Teotónio, de 15 a 28 de Abril e agora, a do Cercal. Quero realçar o modo como as pessoas nos acolheram e colaboraram connosco, desde o pároco aos leigos; mesmo nas ruas, cafés e encruzilhadas, todos manifestavam respeito pela nossa presença e saudavam-nos de bom grado, como irmãos.
Para mim foi uma experiência muito positiva: estar no terreno, anunciar o Senhor e deixando uma palavra de paz e conforto; de certo modo, foi também uma oportunidade para as pessoas que têm fome de Deus e O desejam, de O reencontrar de novo nas suas vidas. Esta missão no terreno, foi gratificante para mim: o modo como foi preparada e vivida, o interesse das pessoas que aderiram e colaboraram, dá-me muita alegria e aumenta a minha esperança no futuro desta Igreja que se tornará cada vez mais viva e comprometida na vivência da fé.
Que Maria, estrela da evangelização, a todos abençoe e proteja com a Sua presença maternal.
Irmã Maria Gorete V. Correia,









Cercal: Mês de Maio, mês da Missão
Eixo entre o mar e a planície, marco de memória e de história, a Vila do Cercal do Alentejo, esteve em Missão Popular, de 13 a 27 de Maio. Por coincidência ou não, começou no grande dia da celebração das aparições de Fátima e terminou na solenidade do Pentecostes.
A Equipa Missionária foi constituída pelo diácono permanente José Inácio e sua esposa, Nélida, de S. Teotónio, pela Irmã Gorete, espiritana, e pelo P. Agostinho, vicentino, ambos membros do Centro Diocesano Missionário. É pároco, desde há treze anos, o P. José Pires Soares, que sempre acompanhou os Missionários. A equipa teve sempre uma mão cheia de colaboradores, desde a família Moreno, que a acolheu em sua casa, até às pessoas que a acompanharam na visita aos doentes ou partilharam refeições.
A acção da equipa abrangeu a vila do Cercal e estendeu-se pelas localidades da Sonega e da Aldeia do Cano, ambas distando cerca de 10 Km do centro.
Dadas as características da terra, da dificuldade de mobilização das pessoas, e de alguns constrangimentos, houve necessidade de adaptar o ritmo da Missão à realidade concreta. Não foi possível, desde início, criar e animar as Comunidades Familiares. Foi uma opção assumida pela Equipa e pelo pároco. Hoje, após os quinze dias deste tempo forte, há espaço e disponibilidade para que se dê início a várias comunidades, quer na Vila, quer nas Aldeias.
Mesmo sem as comunidades a equipa não parou. A rua foi local de encontro e de desafio; as casas dos doentes e famílias de idosos, foi espaço de missão. Todas as noites, as celebrações temáticas e os actos públicos, abriram caminho para a participação e para a procura. Instituições, escolas, locais de encontro, foram alvo de presença e áreas de intervenção.
Nem as temperaturas elevadíssimas, nem a agressividade do frio e do vento fizeram desmobilizar. As pessoas, simpáticas por natureza, cumprimentavam o senhor prior e os missionários. Os momentos celebrativos, tornaram-se motivo de conversa, nos cafés e ruas. A Missão estava a passar…

Presença do Bispo
D. António Vitalino, marcou este tempo forte com a sua presença: Visitou os Bombeiros e a Casa do Povo, dirigindo-lhes palavras de apreço pelo serviço prestado em favor da comunidade local; aos doentes, além da visita e da palavra amiga, levou a Santa Unção e o Viático. Prestando homenagem o anterior pároco do Cercal, P. Rui, junto da sua sepultura, rezou com a Equipa Missionária. Em dia de Pentecostes, presidiu à Eucaristia, e a partir da liturgia do dia, desafiou todos os presentes para a vivência da Missão, incentivando a concretização das Comunidades familiares e á dinamização da comunidade paroquial. Participou também no almoço de confraternização, num restaurante local.

Pela experiência destes dias, acreditamos que vai nascer uma equipa de visitadores de doentes, uma equipa de leitores e algumas comunidades. Para tal, está agendada uma reunião, dentro de uma semana, com o pároco, a equipa missionária e as boas vontades e disponibilidades nascidas da Missão. A força do Espírito faz milagres!
Para além da grande devoção a Maria, expressa na participação diária, na oração do terço e reforçada, na vivência da solene Procissão das Velas, houve celebrações muito vivas e interpelativas. Merece destaque, a celebração da Unção dos Doentes, na Eucaristia do domingo da Ascensão, tendo recebido este Sacramento um grande número de pessoas, que se preparam para tal. O pároco, com 82 anos, deu o exemplo, recebendo este Sacramento.

O Cercal, terra de Missão, vai continuar a caminhada agora iniciada. Há vontade, potencialidades e pessoas disponíveis. Não se pode deixar perder a força, o entusiasmo e a abertura que estes quinze dias permitiram viver nesta comunidade. Os rostos e olhares transformaram-se, o coração tornou-se mais acolhedor e a comunhão foi-se fortalecendo. Agora não se pode nem deve perder o ritmo!
Foi uma experiência salutar para todos, inclusivé, para a Equipa missionária. Trabalhou junta pela primeira vez e o facto de ter um diácono permanente e a sua esposa, trouxeram novidade e enriquecimento. Que Deus seja louvado e que outros possam disponibilizar-se para o serviço da Missão!
(Equipa Missionária - Cercal)


Junto ao mar, em Missão


Para além das longas e verdejantes planícies, a Diocese de Beja estende-se até ao mar. Foi nesta área de sol e trabalho que aconteceu a Missão Popular, mais concretamente, em Azenha do Mar e Malavado, ambas pertencentes à Paróquia de S. Teotónio.
Após vários meses de preparação dos Animadores, a 15 de Abril, domingo da Divina Misericórdia, deu-se o envio da Equipa Missionária, bem como das imagens de Nossa Senhora de Fátima e do Rosário e foram acolhidas pelas populações, com alegria e oração.
Estas duas localidades não têm igreja ou capela. Foi numa garagem e numa sala da comissão de moradores, cedidas para o efeito, que as comunidades se reuniram e celebraram a sua fé. Azenha do Mar, vive da pesca e de algum turismo e é uma aldeia pequena, bastante concentrada, pois todos são vizinhos; Malavado, é mais interior, com campos extensos, vive da agricultura e as casas estão mais espalhadas. Aqui, mensalmente, celebra-se a Eucaristia, no balneário do campo de futebol; na Azenha, não há memória de qualquer serviço religioso, embora haja uma catequista que, em sua casa, vai ensinando os mais pequenos a conhecer o caminho de Jesus.
Depois do “porta a porta”, nos contactos com as pessoas, e da preparação dos locais onde permaneceram as imagens, deu-se início à semana das comunidades e da visita aos doentes. À noite, as pessoas acorriam às casas ou espaços de reunião e, em ambiente de festa e de reflexão, foram acolhendo os temas que, os Animadores, foram partilhando e desenvolvendo. O pároco, P. Abílio, e o P. Agostinho, por sua vez, visitavam os grupos que, à luz da Palavra de Deus, iam descobrindo as maravilhas de um Deus que é Pai, que nos deu o Seu Filho, que nos faz uma só família, a Igreja, de quem Maria é Mãe. Aos poucos, como os discípulos de Emaús, os corações foram aquecendo e descobrindo Aquele que ressuscitou e está vivo. Vários foram aqueles que adquiriram a Bíblia.
A oração diária – Laudes ou Vésperas, com Exposição do Santíssimo – feita na Comunidade de S. Teotónio, também ajudou a preparar o terreno e a rasgar caminhos. As comunidades foram crescendo e o ambiente foi de acolhimento, de alegria e de empenho.
Chegou o dia da Procissão de Velas. Na Azenha, foi novidade total, mas a motivação e participação parecia de quem já havia feito, muitas vezes, esta experiência. Foi lindo ver as crianças, as mães e os pescadores a rezar e a cantar à Senhora do Mar. O mesmo cenário se viveu no Malavado, embora aqui, anualmente, já se faça a procissão da Senhora das Missões.
O dia de domingo, foi o encontro das comunidades. Todos, com cartazes e cânticos se reuniram e partilharam o resultado da vivência dos grupos que se reuniram durante a semana. Foi a primeira vez que foi celebrada Eucaristia naqueles espaços, transformados em pequenas catedrais. “Um só coração e uma só alma” foi tónica comum e refrão repetido, quer no canto, quer na vontade de continuar as reuniões de reflexão.
Entrava-se na segunda semana. Os temas, aliados aos sinais, davam o mote para uma reflexão simples e para manter o clima de festa. O pastor diocesano, foi recebido na Azenha do Mar, onde visitou doentes, abençoou os barcos de pesca e seus ocupantes e conviveu com as famílias. À noite, presidiu á celebração das famílias, onde houve momentos dedicados aos casais presentes e aos seus filhos. Rezou com todos e em sinal de festa entregou às mães, uma flor. No dia seguinte, depois de ter celebrado Eucaristia no Centro de Dia na Zambujeira do Mar, dirigiu-se ao Malavado, foi ao encontro dos doentes, passou pelas casas onde decorreram os encontros das comunidades e partilhou a refeição com a população. À hora prevista, falou aos presentes, sobre a família, seus desafios e dificuldades.


Num lado e no outro, os temas “Deus fala-nos”, “Creio na Igreja”, “Creio no Espírito Santo” completaram as celebrações da segunda semana. A mensagem exposta foi transmitida pelo canto adequado, pelos sinais usados e pela doutrina apoiada na Palavra de Deus e nos ensinamentos da Igreja. No final de cada celebração era visível a alegria das pessoas, o desejo de continuar, a importância destes momentos.
Por fim, em celebração mariana, nos dois lugares de Missão, fez-se o encerramento, com a entrega da Medalha Milagrosa. De seguida, as comunidades acompanharam, em cortejo automóvel, as imagens até à igreja matriz de S. Teotónio, onde um grande grupo de fiéis as acolheu. Todos se uniram em prevê e acompanharam a Velada dos Escuteiros que preparou as promessas do dia seguinte.
A missão terminou, no sábado, com a realização do 2º Encontro Diocesano de Formação de Animadores e com a celebração do Sacramento da Confirmação. Foi uma celebração inter-paroquial com crismandos de S. Teotónio, Odemira e Sines. Foi um tempo de graça, de Pentecostes, de encontro com o Bom Pastor, que cuida do seu rebanho e nos impele a fazer como Ele faz!
P. Agostinho Sousa



Começou a Missão em S. Teotónio





A paróquia de S. Teotónio, depois de ter celebrado a data jubilar dos 850 anos da morte do primeiro santo português, de quem herdou o nome, e que fica situada no concelho de Odemira e é a maior do território português, em extensão, voltou-se para a preparação e vivência da Missão Popular, em Malavado e Azenha do Mar, duas das suas muitas pequenas comunidades.
Depois de uma intensa formação dos animadores, com sessões semanais de catequese e de encontros com a população local, no Domingo da Misericórdia, na Igreja Matriz, deu-se início à Missão, com o envio de 2 equipas missionárias, compostas pelo P. Agostinho, coordenador do Centro diocesano missionário, pelo P. Abílio, pároco, pelas 3 Irmãs Espiritanas da Zambujeira do Mar (Irmãs Emília, Ascensão e Gorete), pelo José Inácio, candidato a diácono permanente (será ordenado a 1 de Maio), pelo frei Rafael e por várias leigas missionárias (Julieta, Manuela, Bárbara, Marcelina, Fátima, Glória, Lurdes e Vitória).
A celebração foi vivida e participada por toda a comunidade, a qual também se une aos que foram enviados, pela oração diária, rezando pelos bons frutos desta Missão, diante do Santíssimo exposto. Também a Virgem Maria, estrela da Evangelização, está bem presente nesta acção, uma vez que a sua imagem, foi transportada solenemente para estes dois locais, em Missão.
As pequenas comunidades, a visita às pessoas doentes, isoladas e em solidão, o encontro com as crianças e a gente mais nova, a presença do senhor Bispo, as celebrações temáticas, fazem parte do programa destes 15 dias.
Que a luz e a sabedoria do Espírito Santo, a presença e intercessão da Senhora da Missão, a comunhão e a força da oração dos irmãos, aqueçam o coração de todos para eu se abram à Boa Nova do Ressuscitado!
(P. Agostinho Sousa)








MISSÕES POPULARES 
2012 e 2013-






com marcação de datas e dos encontros de preparação
2012
1 – S. Teotónio (Malavado e Azenha do Mar) – de 15 a 29 Abril – 2 equipas
2 – Cercal do Alentejo – de 13 a 27 de Maio – 1 equipa
3 – Santo André – de 04 a 18 de Novembro - 2 equipas
4 – S. Teotónio (Cavaleiro e Fataca) – 25 de Novembro a 8 de Dezembro – 1 equipa

2013
4 – Odemira – de 11 a 24 de Março – 1 equipa
5 – Boavista do Pinheiro – de 14 a 28 de Abril – 1 equipa
6 – Vale de Água (Santiago Cacém) – de 5 a 19 de Maio – 1 equipa
7 – Sines – de 3 a 17 de Novembro – 2 equipas

NOTA: No último sábado da Missão há Encontro de Formação para Animadores, sejam eles da localidade da Missão, sejam de paróquias que já viveram a Missão ou se preparam para a Missão. Serão encontros temáticos e serão das 10h30 às 17h00.



Oração da Missão Popular

Deus, Pai de Bondade, fonte de amor e ternura!
Damos-Te graças, porque, no Teu Filho, Jesus Cristo,
abriste um caminho de vida e de esperança
para toda a Pessoa, em especial, para os mais pobres.


Pedimos-Te o dom e a luz do Teu Espírito,
para que, por meio da Missão Popular,
façamos chegar a Boa Nova
a todos os irmãos da nossa Comunidade.


Que a força libertadora e salvadora do Evangelho
encontre acolhimento nos nossos corações e nos converta.
Que sejamos capazes de viver, em cada dia,
um cristianismo comprometido e feliz!


Que tornemos presentes, na nossa terra, os Valores do Reino:
a confiança em Deus, a solidariedade, o perdão,
o diálogo, a justiça, a verdade, o amor e a paz!


Tudo isto pedimos, por Jesus Cristo, Teu Filho
e Nosso Senhor, no Espírito Santo.


Para isto contamos com a intercessão
da Virgem Santa Maria, Estrela da Evangelização
e, por isso, a invocamos:


“Ó Maria concebida sem pecado,
Rogai por nós que recorremos a Vós!”